Justiça determina prisão de 3º suspeito por morte de família no ABC Paulista

A Justiça de São Paulo aceitou um pedido da Polícia Civil e decretou a prisão temporária, por 30 dias, de Juliano de Oliveira Ramos Júnior.

Júnior é a terceira pessoa presa por suspeita de envolvimento com a morte de uma família em São Bernardo do Campo (SP), na região metropolitana de São Paulo, na semana passada. Júnior é considerado foragido. A participação de outras duas pessoas, ainda não identificadas, também é investigada.

Na madrugada da última terça-feira (28), Flaviana Gonçalves, 40, Romoyuki Gonçalves, 43, e o filho do casal Juan Gonçalves, 15, foram encontrados mortos no porta-malas de um carro que foi incendiado.

Filha do casal, Ana Flávia Gonçalves, 24, e sua esposa, Carina Ramos, 31, são as principais suspeitas de terem cometido o crime e estão presas desde a última quarta-feira (29). Júnior é primo de Carina.

Ana Flávia e Carina foram presas em razão de contradições nos depoimentos.

A decisão é do juiz Fernando Martinho de Barros Penteado. O processo corre sob sigilo de Justiça. A reportagem busca contato com a defesa de Júnior.

Mudança de versão

Na decisão, o juiz cita a mudança na versão de Carina sobre o que teria acontecido no dia do crime. Em novo depoimento à polícia, ela “descreve conduta delitiva de Juliano e de mais dois indivíduos ainda não identificados”.

Ela afirmou à polícia que, por volta das 22h da segunda-feira (27), Flaviana entrou no condomínio que a família mora em Santo André “acompanhada de três indivíduos, que entraram logo atrás dela e anunciaram um roubo”.

Ainda segundo o depoimento de Carina, os assaltantes estavam com pelo menos duas armas de fogo. Eles renderam todos que estavam na casa e os ameaçaram. Após roubarem vários objetos da casa, os três teriam deixado o local num Jeep Compass (carro de Flaviana) junto com as três vítimas (Flaviana, Romoyuji e Juan).

“Segundo Carina, ela e Ana Flávia deixaram o condomínio em um Fiat Palio [carro de Ana Flávia], tendo saído junto com o Jeep Compass, que estava um pouco atrás”, escreveu o juiz. “Nota-se a inconsistência do relato da investigada Carina, em especial em relação a sua não participação no roubo, pois não esclareceu a contento a extrema coincidência de um dos assaltantes ser justamente seu primo”, diz o magistrado.

Na decisão, o juiz também cita a informação, já revelada pela polícia, de que uma testemunha que está sob proteção teria visto um homem junto às suspeitas, “fato que corrobora a versão apresentada por Carina”. Ele afirma ainda que Carina narrou os fatos de forma detalhada, gerando “verossimilhança” no seu depoimento.

Ainda de acordo com o juiz, o novo relato de Carina pode resultar, “em tese, na prática de um crime de latrocínio e não homicídio”.

Antes da versão sobre assalto de Carina, ela e Ana Flávia sustentavam que estavam na casa da família dos pais naquela noite e, após um telefonema que “deixou todos exaltados”, teriam decidido deixar o local. A família, segundo Ana Flávia, iria pagar um agiota com o qual contraíram uma dívida e depois partiria para viagem a Minas Gerais.

 

 

 

R7

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