O prefeito de Bonito de Minas (MG), Zé Galego, de 64 anos, faleceu na última sexta-feira (17/01/2020). O corpo dele foi o primeiro a ser sepultado na parte da ampliação do cemitério municipal, considerada, na prática, como um “novo cemitério”, construído durante sua própria gestão. A obra ainda está em fase de acabamento. As informações são do Diário de Pernambuco.
Zé Galego viajava sozinho para Brasília (DF) e, na estrada, sentiu uma dor no peito. Procurou um hospital de Planaltina (GO), onde sentiu um infarto. Os médicos tentaram reanima-lo, sem sucesso.
O Bem-Amado
O episódio remete à novela O Bem-Amado, da TV Globo, exibida em 1973. Prefeito da fictícia Sucupira, Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) elegeu-se com a promessa de inaugurar o cemitério municipal.
Mas, depois disso, ninguém morria na cidade. A “inauguração” da obra coube ao próprio Odorico, assassinado a tiros por Zeca Diabo (Lima Duarte), um matador que o prefeito havia contratado para “providenciar” o primeiro morto do novo cemitério.
Nessa segunda-feira (20/01/2020), foi empossado como prefeito de Bonito de Minas o presidente da Câmara Municipal, o vereador Dilson Barbosa Santana (PP), o “Dilson de Senhorinha”. Por conta da morte de Zé Galego, foi decretado luto oficial no município nessa segunda e nesta terça-feira (21/01/2020).
Bonito de Minas possui um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,537, um dos mais baixos de Minas Gerais. Por outro lado, o município tem uma grande extensão territorial (3.914 quilômetros quadrados).
O novo cemitério
O “novo” cemitério de Bonito de Minas fica ao lado do antigo cemitério da cidade, do qual é separado por um muro. Mesmo assim, a obra foi iniciada pela prefeitura há cinco meses como uma “ampliação” do cemitério antigo, que tem mais de 70 anos. As vagas para sepultamento no local se aproximam do fim, o que motivou a expansão.
Segundo um servidor municipal de Bonito de Minas, foi uma pessoa da família de Zé Galego que pediu que ele fosse sepultado no “novo cemitério”antes mesmo da conclusão dos serviços previstos, tendo em vista que, “por uma que questão de justiça”, ele deveria ser enterrado “numa obra feita por ele”.
Para a conclusão da obra ainda falta o término de uma capela e de calçamento (passarela).
Metrópoles