Regina Duarte atacou STF e defendeu nome com experiência de gestão para a Cultura

Convidada pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a Secretaria Especial de Cultura, a atriz Regina Duarte criticou no ano passado a indicação do dramaturgo Roberto Alvim para o posto. “Quem me conhece sabe que, se eu pudesse opinar, teria sugerido outro perfil. Alguém com mais experiência em gestão pública e mais agregadora da classe artística”, publicou a artista em seu perfil pessoal no Instagram, em novembro do ano passado.

Agora, Regina está cotada para a vaga de Alvim, demitido do cargo após protagonizar um vídeo com referências ao nazismo. Segundo apurou o Estado/Broadcast, a ideia do Palácio do Planalto é levar um nome de peso, reconhecido no meio cultural, para assumir o posto, nos moldes da indicação de Gilberto Gil para o Ministério da Cultura no governo Lula. Caso Regina não aceite o convite, uma das opções cotadas é o ator Carlos Vereza.

Esta não é a primeira vez que uma atriz que estrelou novelas da Globo é sondada para assumir a Cultura. No governo Sarney, Fernanda Montenegro recusou um convite para comandar a pasta, que tinha status de ministério na época.

LAVA JATO

Ao longo dos últimos meses, Regina utilizou o perfil no Instagram para manifestar apoio ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e ao coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, procurador Deltan Dallagnol. “Somos todos Sérgio Moro”, publicou a atriz.

Se por um lado endossa as investigações de um esquema bilionário de corrupção na Petrobrás, Regina ataca o Supremo Tribunal Federal (STF) em suas redes sociais. “STF. Guardião da Constituição ou da impunidade?” e “Lava Jato está correndo perigo nas mãos do STF” foram alguma das publicações no perfil da artista.

Ela também criticou os votos proferidos pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, e pela ministra Rosa Weber contra a execução antecipada de pena, que permitiram que o tribunal derrubasse a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância – a medida foi considerada um dos pilares da Lava Jato no combate à impunidade. O resultado abriu caminho para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fosse colocado em liberdade.

“Votou contra o Brasil. Lástima” e “Rosa Weber vota contra o Brasil”, escreveu Regina.

Em alinhamento com Bolsonaro, Regina já se mostrou favorável à flexibilização da posse de armas, uma das bandeiras eleitorais do presidente. “Se o registro de novas armas aumentou 50% em 2019, não deveria haver uma explosão de homicídios, como previam os ‘especialistas’ da extrema-imprensa? Ao invés disso, houve uma redução de 22% dos homicídios”, diz a publicação compartilhada por Regina.

Em meio à polêmica com a retirada da divulgação de filmes brasileiros da sede e da página oficial da Ancine, a atriz usou o perfil para publicar cartazes de produções nacionais, como “Deus e o diabo na terra do sol”, Tropa de Elite” e “Carlota Joaquina”, marco da retomada do cinematografia nacional.

A atriz ainda criticou o documentário “Democracia em vertigem”, de Petra Costa, indicado ao Oscar na última segunda-feira (13), que retrata a queda de Dilma Rousseff. “A verdadeira história sobre o impeachment foi feita por milhões de brasileiros nas ruas e Oscar nenhum vai reescrever nossa História”, postou Regina.

Em 17 de dezembro, Regina publicou no Instagram um artigo da colunista Patricia Kogut, do jornal O Globo, que lamentava o fim da TV Escola. “O triste fim da TV Escola”, era o título do texto da colunista.

FINANCIAMENTO

Em 2016, a peça “Avisita da velha senhora”, estrelada por Regina, tentou captar cerca de R$ 2 milhões via Lei Rouanet, dispositivo que tem sido alvo de duras críticas do presidente Jair Bolsonaro. Mas o sistema do Ministério da Cultura informa que nenhum valor foi efetivamente captado para financiar o projeto.

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