PT vai acionar MP contra gestão Doria por publicidade

O deputado estadual Paulo Fiorilo (PT) prepara uma representação contra o governo de São Paulo no Ministério Público por causa da veiculação de propaganda oficial com informação incorreta a respeito da retomada de obras paradas em 2019.

Como revelou o Estado, a gestão Doria veiculou durante o mês de dezembro uma peça que informava que todas as obras de mobilidade que estavam paradas teriam sido retomadas. Não é verdade. Obras importantes como a construção da Linha 6 – Laranja do Metrô e a conclusão do trecho norte do Rodoanel Mario Covas continuam paralisadas. Após os questionamentos do Estado, a propaganda foi excluída do canal oficial do governo no YouTube e substituída por uma versão sem a palavra “todas”.

“A propaganda é mentirosa e usa dinheiro público. É preciso que se avalie o custo do Estado para produzir esta informação e divulgar mentiras”, diz o deputado. “O governo Doria tem se caracterizado por divulgar coisas que não se realizam, para usar a propaganda de forma incorreta.”

O governo paulista informou ao Estado que a produção do vídeo de 30 segundos custou R$ 120 mil e que a veiculação em rádio e mídias digitais foi interrompida após os questionamentos da reportagem. “O governo de São Paulo, tão logo constatou que a sentença dava margem a dupla interpretação, determinou a correção à agência responsável pela produção do filme, que imediatamente cumpriu a medida”, disse a gestão de Doria.

Além do metrô e do Rodoanel, o deputado petista também cita as obras do contorno da Rodovia dos Tamoios, suspensas desde 2018. Em dezembro do ano passado, o secretário de Logística e Transportes do Estado, João Octaviano Machado Neto, afirmou em evento em São Sebastião que a obra seria retomada apenas em 2020 e que o trabalho em 2019 consistiu em “reestruturação e revisão do projeto”, como noticiou a imprensa local.

“Em janeiro de 2019, o governo de São Paulo encontrou 175 obras paralisadas em todo o Estado e déficit superior a R$ 10,5 bilhões. É dever do Poder Público prestar contas sobre os avanços em áreas essenciais como mobilidade urbana, cujo cenário era de total paralisação”, informou o governo, em nota.

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