Pressionado pela PF, governador exonera diretoras envolvidas em esquema na Saúde

As diretoras do Hospital Geral do Estado (HGE) e do Hospital de Emergência do Agreste (HEA), que haviam sido presas na operação Florence – Dama da Lâmpada, deflagrada no último dia 11, pela Polícia Federal (PF), foram exoneradas pelo governo Renan Filho (MDB), por meio de decretos publicados no Diário Oficial do Estado (DOE) dessa sexta-feira (27), após o chefe do Executivo se vê pressionado em meio aos escândalos envolvendo a Saúde.

Entretanto, tratamento igual não foi dado pelo então gestor ao seu “amigo-irmão” Wagner Morais de Lima, diretor-presidente da Agência de Modernização da Gestão e Processos (Amgesp), preso na Operação Casmurros, também deflagrada pela PF, em setembro deste ano.

Conforme consta no primeiro decreto, o governador resolve exonerar Regiluce dos Santos Silva do cargo de provimento em comissão de gerente do Hospital de Emergência Dr. Daniel Houly, situado em Arapiraca, Agreste de Alagoas.

Logo abaixo, na mesma publicação oficial, o governador também concede exoneração à gerente do Hospital Geral do Estado (HGE), Marta Celeste de Oliveira Mesquita, que exercia cargo de provimento em comissão.

Ambas as unidades são vinculadas à Secretaria de estado da Saúde (Sesau).

ESCÂNDALOS

Chefes das maiores unidades de saúde de Alagoas, Regiluce Silva e Marta Celeste foram alvos da Polícia Federal, ainda neste mês de dezembro, quando foram presas durante a operação Florence – Dama da Lâmpada, que culminou com pedido de decretação da prisão de 16 pessoas, incluindo servidores públicos estaduais e parentes de políticos citados em esquema que desviou cerca de R$ 30 milhões da Sesau.

O plano envolvia contratos fraudulentos contemplando a empresa LP, da filha do vice-governador Luciano Barbosa, e o Instituto de Ortopedia de Alagoas (IORTAL), responsável pelo fornecimento de próteses e órteses aos maiores hospitais de Alagoas.

Por sua vez, os decretos de exoneração não atingiram o presidente da Amgesp, o todo-poderoso comandante dos certames licitatórios do governo do Estado e considerado “amigo-irmão” do governador Renan Filho.

Wagner Morais de Lima, intitulado “homem-bomba” pela Polícia Federal, foi um 15 presos na Operação Casmurros, deflagrada em setembro deste ano e determinada pela Justiça Federal (JF) com base em dados da Controladoria Geral da União (CGU).

Os alvos foram contratos firmados pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc), comandada pelo vice-governador Luciano Barbosa (MDB). De acordo com os levantamentos feitos pelos órgãos de controle, foram encontrados contratos irregulares que podem chegar a R$ 21 milhões.

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