Luísa Sonza fala em depressão, doença que acomete influenciadores
Em um desabafo feito em rede social, a cantora Luísa Sonza, de 21 anos, revelou ter mentido sobre não ter depressão. “Cansada de fingir ser forte”, escreveu. A artista faz acompanhamento com terapeuta, mas nem sempre tem conseguido segurar a tristeza. “Eu ando tendo que me esforçar mais do que nunca a não desistir de ‘ser feliz’. Não é assim, eu amo rir, eu amo brincar e me divertir. E vai passar, não quero que isso me defina como pessoa. Isso não sou eu. só não vou mais fingir que sou a pessoa mais forte do mundo por que eu não sou. E eu espero não falar mais sobre isso, não vou ficar mostrando meu lado triste pra vocês. Eu não sou tão forte assim e isso me frustra muito. Mas eu não quero ser vista desse jeito. Triste. Não quero que vocês achem que to sempre fingindo.”
Aos olhos do público, distante dos fantasmas pessoas, Luísa parece a síntese da alegria: é jovem, linda, está em ótimo momento da carreira, tem dinheiro para comprar o que quiser, circula pelas festas mais badaladas do país. A depressão não escolhe cor nem gênero, todos estão propícios, mas ela tem encontrado terreno fértil junto a jovens que somam milhões de seguidores em rede social — e ganham a vida fazendo um reality show de suas rotinas.
Esse é o caso de Whindersson Nunes, o youtuber-humorista mais famoso do Brasil — e marido de Luísa Sonza. Nunes chegou a interromper sua agenda de shows e de propagandas para sair de cena. Precisa se tratar depois de sofrer crise de pânico e não querer sair de casa e ter medo de morrer. Foram três meses recluso, sob orientação médica e rodeado de amigos e familiares.
Felipe Neto, outro youtuber de prestígio, admite há tempos sofrer depressão. Há dias em que ele não sai da cama, desmarca compromissos para ficar sozinho. No caso de Neto, um ativista político com voz sobre temos como diversidade e meio ambiente, a polarização política tem sido um agravante para o estresse.
Há dois meses, um caso extremo. Todo o universo de celebridades oriundas de Instagram ficou em choque com a notícia do suicídio de Roberto Bueno, coach de felicidade emocional e estilo e vida saudável, que teve como clientes Gabriela Pugliesi, Juliana Paes e André Marques. Bueno falava de superação, alegria, felicidade. Sucumbiu à depressão, a doença de contornos variáveis. Na última foto postada por Bueno, ele escreveu: “A paz interior se resume na arte de ser feliz e permitir que a nossa felicidade se espalhe por onde quer que a gente passe. Quero fazer do tempo o meu principal aliado, pois a vida é como uma linda poesia que se escreve um dia após o outro – por mais que seja bela, ela sempre há de terminar num esperado, derradeiro e inevitável ponto final.”
Alguns estudos apontam as redes sociais como o cigarro dos tempos atuais: extremamente tóxico, com lesões incontornáveis. A competição por ter uma projeção nas redes, agradar ao público, ganhar seguidores e causar engajamento faz com que muitas pessoas criem uma realidade fantasiosa, com corpos perfeitos e registros do que parece ser de pura alegria. O sorriso da foto na praia pode esconder uma tristeza. O namorado perfeito e lindo pode ser útil para os likes. Muita gente só sai de casa pensando em postar uma foto, não em aproveitar o momento. Quando a rede social vira uma máquina de fazer dinheiro, a cobrança e comparação aumentam. Pode, e muitas vezes é!, o gatilho para a depressão.