Morre o querido músico pernambucano/alagoano Basto Peroba
Perdemos na madrugada desta sexta-feira, um grande amigo, nosso de Palmeira dos Índios, o pernambucano de Bom Conselho – PE, Basto Peroba.
Basto desfilava simpatia amizade e um inenarrável talento. Sanfoneiro por formação, acompanhou inúmeros nomes consagrados da música popular brasileira e cancioneiros da nossa música nordestina. Vinha a Palmeira com frequência, terra que ele adotou em seu coração, principalmente quando era convidado por seu amigo-irmão, Caetano Soares Pinto.
Não faço desse texto uma matéria jornalística e sim uma homenagem, por isso não quero aqui descrever as causas do seu passamento, e sim, os grandes e inesquecíveis momentos que desfrutamos juntos.
Há cerca de quatro anos, assim escrevi, em artigo, sobre o grande (em todos os sentidos) BASTO PEROBRA:
Ícone da música popular, Basto Peroba continua a encantar com sua sanfona
Sebastião Pereira de Moraes, um dos maiores músicos desse país, recolhido como sempre em sua terra natal, a cidade de Bom Conselho, Pernambuco, continua a espalhar alegria e celebrar a animação do povo nordestino, difundindo a sua arte e a nossa cultura.
Esse é o renomado, querido e conhecido Basto Peroba que, aos 73 anos, ainda desfila com toda a sua vitalidade, pelos palcos Brasil afora, ao lado de sua inseparável sanfona, com imenso prazer no que faz, o que ele próprio elege como sua segunda maior paixão: a música, ficando atrás apenas de sua família, que é seu “alicerce, motivação e esteio”, segundo o mesmo sempre faz questão de afirmar. A pequena grande Bom Conselho vê em Basto uma referência, um exemplo, uma honra, um de seus filhos mais ilustres de toda sua história.
É um orgulho imenso ser amigo desse “monstro” da música popular brasileira, mas principalmente do homem íntegro, dedicado e de um talento irreparável, além de ser dono de um profissionalismo irretocável, comprovado ao longo das décadas.
Basto Peroba iniciou sua carreira de músico, ainda criança, quando ganhou de seu pai uma sanfona de 12 baixos e assim passou a acompanhá-lo nas festas juninas de sua Bom Conselho. Tornou-se bastante conhecido e continuou a tocar em festas de santos, casamentos e batizados etc.
Em sua trajetória conheceu o maestro José Duarte Tenório (José Puluca) que o convidou para fazer parte de sua banda, a Vila Lobos. A partir daí foram surgindo vários convites para integrar outras bandas, tais como, a banda Tocantins de Palmares e a banda Tremendões de Palmeiras dos Índios. Participou de inúmeros shows e temporadas de artistas famosos, entre eles Wanderley Cardoso, Jerri Adriani, Waldick Soriano, além de seus ídolos Luiz Gonzaga e Dominguinhos, nos quais também se inspira até hoje.
Gravou seu primeiro LP com Vavá Machado e Marcolino em Recife e, em seguida, formou seu próprio grupo musical intitulado “Basto Peroba e Banda”, fazendo sucesso nos grandes clubes de várias cidades e capitais do país, principalmente com seu forró pé de serra. Há poucos meses esteve na capital do Amapá, Macapá, a convite do amigo e empresário Caetano Soares Pinto, onde pôde mostrar a sua arte, representando mais uma vez, muito bem, a sua Bom Conselho, como um verdadeiro “papacaceiro” (denominação popular dos naturais daquela terra) feliz, agradecido a sua família, seus amigos e a sua terra natal.
As festas juninas se aproximam e o espetacular Basto Peroba, com certeza, continuará abrilhantando as praças e palcos com sua sanfona mágica e talento inconfundível, com o mesmo amor e devoção à sua música. O povo agradece.