Operação do MP-AL prende grupo que fraudava banco com compra de veículos
Nove pessoas foram presas em uma operação do Ministério Público, realizada nesta sexta-feira (6), contra estelionatários, fraudadores e falsificadores esquematizados na compra e venda ilícitas de veículos. A ação aconteceu em Maceió, Marechal Deodoro e São Miguel dos Campos.
Ao todo, foram expedidos pela 17ª Vara da Capital nove mandados de prisão e mais 12 de busca e apreensão.
Segundo as investigações, que tiveram início em junho de 2019, a quadrilha lesava o banco com a compra de veículos novos.
O grupo era chefiado por uma empresária e proprietária de um bistrô. Ela, o marido e o filho são os cabeças do esquema que envolve a compra de veículos novos utilizando financiamentos do Banco Volkswagen.
A ação é realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), e do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv).
O Departamento de Trânsito de Alagoas (Detran/AL) deu suporte às investigações fornecendo informações relevantes para a descoberta do esquema criminoso. A operação conta com a participação de guarnições da Radiopatrulha.
Esquema
O grupo que também teria como sócios mais três pessoas descobriu uma falha no sistema de financiamento do Banco Volkswagen e começou a colocar em prática o plano criminoso.
Com informações privilegiadas, e o banco dando oportunidade para qualquer pessoa adquirir seu veículo zero quilômetro financiado, os estelionatários conseguiam efetuar a compra para eles e também para terceiros, preferencialmente os modelos Amarok, Polo e T-Cross.
Para garantir a aquisição dos veículos, a quadrilha falsificava documentos e, de forma fraudulenta, conseguia descontos. Um contador dava suporte à quadrilha na falsificação de documentos.
Em São Miguel dos Campos, dois vendedores facilitavam a aquisição dos veículos para o grupo criminoso. A recompensa seria receber, além da comissão, propina de Daniela para facilitar as investidas.
Por venda, o lucro estimado era de R$ 2 a 6 mil reais e o valor variava de acordo com a titularidade do proprietário. Se o comprador fosse colocar o veículo em seu nome, era um preço, se fosse em nome de terceiros mudava.
Após as compras dos veículos, os criminosos revendiam para terceiros por preços considerados irrisórios, esquema conhecido popularmente como ‘carro de estouro’.
Os veículos modelo Gol, por exemplo, eram revendidos entre R$ 6mil e 10 mil, enquanto os modelos Polo e T-Cross a R$ 40 mil. Já as caminhonetes modelo Amarok eram repassadas pelo valor de R$ 60 mil.
Policiais cumprem mandados na Operação Taxa Zero em Alagoas — Foto: Ascom/MP
G1