Cruzeiro perde para o Grêmio e precisará de vitória e sorte para seguir
Beneficiado pela derrota do Ceará para o Corinthians, por 1 a 0, o Cruzeiro não conseguiu fazer a sua parte na luta contra o rebaixamento e perdeu para o Grêmio por 2 a 0, nesta quinta-feira, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro. O time celeste se portou bem defensivamente no primeiro tempo, porém perdeu Robinho por lesão na etapa final, depois de ter feito as três substituições, e foi pressionado pelo adversário até sofrer os gols de Ferreira, aos 21 minutos, e Pepê, aos 39.
Agora, a única combinação que livra o Cruzeiro do rebaixamento é a vitória sobre o terceiro colocado Palmeiras, no domingo, às 16h, no Mineirão, e a derrota do Ceará para o Botafogo, no mesmo horário, no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro. Na classificação, os mineiros estão em 17º lugar, com 36 pontos. Os cearenses ocupam o 16º posto, com 38.
O jogo
O técnico Adilson Batista inovou na escalação do Cruzeiro. No lado direito, tirou o atacante Pedro Rocha, colocou o lateral-direito Edilson e adiantou o colombiano Orejuela. No meio-campo, manteve três volantes: Henrique, Ariel Cabral e Éderson. No ataque, apostou na experiência de Fred e na velocidade de David. Antes da partida, ele explicou a estratégia. “O Edilson é experiente, conhece o Grêmio. O Orejuela já trabalhou na frente. Os dois lados do Grêmio são muito fortes. A gente precisa neutralizar. Essa foi a intenção. E também ter uma saída rápida”.
Defensivamente, o Cruzeiro foi muito bem, com várias roubadas de bola até mesmo no campo de ataque, especialmente com Orejuela e Éderson. Tanto que o Grêmio explorou pouco a velocidade de Everton Cebolinha e Pepê. Isso fez o centroavante Luciano ficar isolado entre os zagueiros celestes Cacá e Leo. O goleiro Fábio fez duas defesas, em chutes de longa distância de Matheus Henrique e Everton. No mais, trabalhou para interceptar cruzamentos e lançamentos longos.
No ataque, faltou qualidade à Raposa. David era quem mais buscava o jogo, dando algumas arrancadas pelo lado esquerdo nas costas de Rafael Galhardo. Contudo, falhou bastante nas tomadas de decisões, seja tocando no pé dos zagueiros gremistas ou finalizando para muito longe. Já Fred procurou basicamente fazer o trabalho de pivô, porém esbarrou na natural falta de velocidade de um atleta com 36 anos de idade. A melhor chance do Cruzeiro foi aos 29 minutos, com Éderson, que recebeu lançamento de Henrique, ganhou de Matheus Henrique na corrida e tentou toque por cobertura. Paulo Victor se esticou e fez bela defesa.
Na reta final do primeiro tempo, o árbitro André Luiz de Freitas Castro aplicou cartões amarelos a três jogadores do Cruzeiro: Egídio, por confusão com Luciano; Ariel Cabral, em função de cometida em Kannemann; e Edilson, por causa de reclamação. Houve ainda uma segunda falta de Cabral, passível de nova advertência, porém o árbitro apenas repreendeu verbalmente o argentino. O curioso é que os jogadores amarelados estavam pendurados e, portanto, não enfrentarão o Palmeiras no domingo.
Embora tenha mantido a formação para o segundo tempo, o técnico Adilson Batista queimou a ‘regra três’ nos primeiros minutos. Aos 8’, substituiu Fred por Pedro Rocha. Aos 12’, trocou Orejuela por Ezequiel. Essa segunda alteração proporcionou uma grande chance para o Cruzeiro. Ezequiel deu enfiada de bola para Egídio, que driblou David Braz, foi à linha de fundo e rolou a bola para trás. Robinho, praticamente na marca do pênalti, bateu rasteiro com o pé esquerdo. Paulo Victor não chegaria a tempo de fazer a defesa, porém Michel, na pequena área, deu carrinho e conseguiu salvar o Grêmio. Na sequência do lance, Robinho se chocou com Paulo Victor, machucou o joelho esquerdo e precisou ser retirado de maca do campo.
O Cruzeiro, então, passou a jogar com dez jogadores. Logo, o Grêmio se aproveitou da vantagem aos 21 minutos. Pepê arrancou pela esquerda e cruzou baixo. Após corta-luz de Cebolinha, Ferreira, que entrara no lugar de Diego Tardelli cinco minutos antes, ajeitou a redonda e bateu rasteiro. A bola desviou no lateral-esquerdo Egídio e tirou o goleiro Fábio de cena: 1 a 0.
A partir dali, não havia muito o que fazer. Com um a menos, o Cruzeiro se viu obrigado a se lançar ao ataque, mas de maneira desorganizada. A disposição apresentada não foi suficiente. O Grêmio explorou a vantagem e continuou perigoso. Aos 38’, Pepê protagonizou lance individual e foi derrubado por Cacá. Pênalti. O próprio Pepê bateu no canto direito e deu números finais à partida: 2 a 0. Houve tempo ainda para o lateral-esquerdo Egídio ser expulso por falta cometida em Ferreira.