Moradores protestam em avenida do bairro do Mutange
Moradores do bairro do Mutange e Bom Parto, em Maceió, realizaram um protesto na manhã desta quinta-feira (28) na Avenida Major Cícero de Góes Monteiro.
Eles cobraram respostas sobre o plano de evacuação e que os poços de exploração de sal-gema pela Braskem sejam totalmente desativados.
A avenida foi bloqueada por volta de 7h da manhã. Carros, ônibus, motos e também o Veículo Leve Sob Trilhos (VLT) não estão passando pelo local.
Os moradores se concentraram em frente ao centro de Treinamento do CSA e cobraram a presença de um representante da Braskem.
O presidente da Associação dos Moradores do Mutange, Aristóteles Augusto, disse que os moradores não têm tido resposta sobre a permanência na área de risco.
“Todo mundo aqui está apreensivo, com medo. Não tem ações nenhuma na comunidade e infelizmente a gente fica nesse impasse entre Defensoria Pública, Braskem e os órgãos públicos que deveriam estar engajados nessa ação”, comentou o diretor.
Mobilização
Eles fizeram uma caminhada de mãos dadas na pista. O Gerenciamento de Crises da Polícia Militar acompanhou o protesto e negociou o desbloqueio da avenida. “Vamos acompanhar o protesto. Já ligamos para os representantes da Braskem e não tem o que fazer”, disse o capitão Perdigão.
Por causa das rachaduras no bairro, o presidente do CSA, Rafael Tenório, disse que o clube só fica até o dia 15 de dezembro no local. Em entrevista ao Globoesporte.com, ele contou que a Braskem vai bancar com os custos da saída do clube.
No último sábado (23), após recomendação da Defesa Civil de Maceió, duas ruas no entorno do Conjunto Jardim das Acácias, no Pinheiro foram interditadas por tempo indeterminado.
Prejuízos e incertezas
O Mutange é um dos quatro bairros afetados pelas rachaduras no solo que se intensificaram no último ano. As primeiras rachaduras apareceram no bairro do Pinheiro, depois surgiram nos bairros do Mutange, Bebedouro e Bom Parto.
Um mapa de risco foi elaborado após uma série de estudos do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que apontou a extração de sal-gema na região como a principal causa para o problema.
Moradores fizeram uma caminhada na Avenida Major Cícero de Góes Monteiro — Foto: Heliana Gonçalves/TV Gazeta