Eduardo Bolsonaro desdenha de punição imposta pelo PSL
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou que a decisão da cúpula do PSL de suspender seus direitos políticos partidários por um ano “não o preocupa”.
O filho do presidente desdenhou da possibilidade de perder a liderança do partido na Câmara e afirmou que vai aproveitar o gancho para se dedicar à formação do Aliança pelo Brasil, partido criado por Jair Bolsonaro após o racha dentro do PSL.
“Para ser sincero, não me preocupo com isso (a saída do partido). É óbvio que sair do partido implica sair das comissões, mas nada disso me faz perder o sono, porque a minha moral com o meu público continua a mesma. Agora, eles que vão ter que se explicar”, afirmou.
Nesta quarta-feira, 27, em uma retaliação ao grupo político de Bolsonaro, a cúpula do PSL decidiu suspender 14 deputados bolsonaristas que são alvo de processos disciplinares. Eduardo foi um dos quatro parlamentares a receber a maior punição e ficará proibido de exercer atividades partidárias por um ano.
Na prática, Eduardo deve perder a liderança do PSL na Câmara e cargos em comissões, como a vaga de suplente na CPI das Fake News. Ele só manteria o comando da Comissão de Relações Exteriores porque foi eleito pelos demais integrantes do colegiado e, pelo regimento da Casa, fica imune a quaisquer alterações feita pelo partido.
“Nunca imaginei que seria cassado por deputados que durante a eleição falaram que ia colocar as suas energias para tentar acabar com a corrupção, sendo que eu não cometi nenhum crime. Não roubei, não cometi corrupção e nada disso”, afirmou o deputado.
A decisão da cúpula do PSL ainda precisa ser referendada pelo Diretório Nacional na semana que vem. O colegiado é controlado pelo presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), e não deve mudar o resultado da Comissão Executiva Nacional. A suspensão de Eduardo e de aliados frustra as expectativa da ala ligada a Bolsonaro, que contava com uma punição mais dura, como a expulsão, para poder deixar o PSL sem o risco de perder o mandato.