Enfermeiros prometem mobilização após Renan Filho vetar salas para repouso
A decisão do governador Renan Filho (MDB) vetor o texto do projeto de lei que criaria salas de convivência e repouso nas unidades de saúde públicas e particulares alagoanas para os profissionais de enfermagem não caiu bem entre a categoria em Alagoas. Com condições de trabalho muitas vezes consideradas insalubres, agora a classe promete mobilizações a fim de reverter a situação.
“Ainda hoje encontramos serviços de saúde que não dispõem de lugar destinado ao descanso de auxiliares, técnicos e enfermeiros. Descansamos em macas, papelões, de baixo de balcões de postos de enfermagem… Isso é desumano, insalubre e não dá a dignidade que a maior força de trabalho da saúde alagoana merece”, diz o presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Alagoas (Coren-AL), Renné Costa.
Segundo ele, tanto a entidade quanto os próprios profissionais já estão se organizando. “O trabalho de peregrinação nos gabinetes dos deputados já começou e uma nova mobilização deve ser marcada entre a classe para o dia da votação na Assembleia Legislativa. O mais importante é cada profissional lembrar quem votou na última eleição e fazer um apelo nas redes sociais. Precisamos cobrar de quem nos representa”.
Renné acrescenta esperar que o parecer contrário seja derrubado. “Estamos acompanhado o caso de perto; a batalha ainda não está vencida, a luta continua. Espero que, assim como no dia da votação do projeto de lei, os deputados também sejam unânimes em derrubar o veto do governador e possam garantir que a enfermagem tenha a dignidade que tanto merece e precisa”, aponta.
Em seu veto, Renan Filho justificou que uma iniciativa do tipo, a de criar as salas de repouso, deveria ser apresentada pelo chefe do Executivo e não pela Assembleia Legislativa (ALE). Os deputados ainda vão analisar o veto nas próximas semanas e podem derrubá-lo ou mantê-lo como está.
“Estaremos com o Presidente da ALE próxima terça feira e saberemos quais os próximos passos. O momento agora é de mobilização da categoria para com os deputados. Tenho certeza que a enfermagem está acordando e sairemos vitoriosos dessa primeira batalha”, acrescenta o presidente do conselho regional.
“Só queremos respeito. Não é possível que não se sensibilizem conosco, somos gente que cuida de gente, estamos adoecendo. Como prestaremos um bom serviço a sociedade que a cada dia nos demanda mais?”, diz. “Recebemos o veto com muita surpresa, pois o impacto para os cofres do Estado e municípios é muito pequeno, quase inexistente. Os casos mais graves estão nos hospitais filantrópicos e privados”.