Governo Renan Filho abandona agricultores da barragem do Bálsamo
“Sabe lá o que é morrer de sede em frente ao mar…”. Este verso da música “Esquinas”, do compositor alagoano Djavan, serve como exemplo para definir o que acontece com 150 produtores da Agricultura Familiar que ocupam mais de 200 hectares das margens da barragem do Bálsamo, no alto do município de Palmeira dos Índios. Lá, ano a ano se vê as tentativas de produção rural se perderem na seca. A barragem fica na divisa com o município de Bom Conselho, em Pernambuco, onde os projetos de irrigação têm água sem parar, garantem produção e trabalho na agricultura o ano inteiro. Enquanto isso, no lado de Alagoas, “floresce” miséria.
A barragem foi construída no período de 1992 a 1996, na gestão do então prefeito Helenildo Ribeiro, já falecido. Sempre atendeu mais ao município pernambucano vizinho. A partir do governo Ronaldo Lessa (1999), ficou definido que, naquela área, teria um projeto de hortifruticultura, incluindo produção de milho, feijão, batata, entre outras. No governo Teotônio Vilela (2007), as discussões foram retomadas.
Mas tudo ficou no papel. No governo Renan Filho (MDB), ainda está na fase das promessas dos períodos eleitorais. O projeto hidroagrícola da barragem do Bálsamo está pronto, prevê a implantação de 200 hectares de área irrigada, beneficiando cerca de 150 pessoas que vivem da agricultura familiar. O projeto pode ser ampliado, tanto na área de cultivo como em número de agricultores familiares. Tudo, neste momento, esbarra na vontade política do executivo estadual, acreditam os produtores rurais da região que ainda não perderam a esperança.
Fonte: Gazeta Web