Evo Morales rejeita fraude nas eleições e fala em pacificar a Bolívia

O ex-presidente da Bolívia Evo Morales rejeitou as denúncias de fraude eleitoral e afirmou que sua renúncia ao cargo no último dia 10 não foi por covardia, mas para evitar derramamento de sangue no país, em entrevista ao jornal mexicano El Universal, reproduzida pelo jornal O Globo.

O ex-presidente, exilado no México desde terça-feira (12), voltou a declarar que está pronto para voltar à Bolívia com objetivo de pacificar o país e organizar novas eleições, nas quais está disposto a não ser candidato – isso se a Assembleia do país não aceitar a renúncia que apresentou no domingo passado.

Na quarta-feira (13), ele disse que voltaria para “pacificar” seu país se os bolivianos pedissem, em sua primeira coletiva de imprensa do exílio.

Evo Morales afirmou que não se arrepende de ter tentado o quarto mandato e que esperava governar por 20 anos, até 2025 – data do bicentenário da fundação do país -, quando completaria o ciclo de transformação política e econômica.

O ex-presidente boliviano culpa o governo dos Estados Unidos por estar por trás do “golpe” que o tirou da Presidência e diz que todas as mortes que acontecerem na Bolívia pela crise gerada por sua saída do poder são responsabilidade da Organização dos Estados Americanos (OEA), que acusa de ter contribuído para o “golpe de Estado”.

A OEA e o governo da Bolívia anunciaram que a entidade faria uma auditoria do processo eleitoral inteiro. Em 10 de novembro, a OEA divulgou resultado preliminar apontando fraude e a necessidade de novas eleições.

Morales considera que não foram as manifestações sociais ou as denúncias de irregularidades eleitorais que levaram à sua saída da Presidência, e sim um conluio para orquestrar um “golpe de Estado” fincado no racismo.

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