Ambulantes protestam no centro de Maceió contra reordenamento

Vendedores ambulantes fecharam o cruzamento da Ladeira dos Martírios, no centro de Maceió, na tarde desta terça-feira (29) em protesto contra o reordenamento feito pela Prefeitura para retirá-los do Calçadão do Comércio. A Polícia Militar foi acionada. A interdição durou cerca de uma hora e terminou pouco depois das 17h.

O bloqueio das ruas foi feito com pedaços de madeira e outros entulhos incendiados, impedindo a passagem de veículos na região.

“Nós só queremos trabalhar, não somos bandidos, temos filhos para criar e sustentar. A gente só é ambulante porque não tem emprego”, disse Dilma da Silva, vendedora que participou do protesto.

O coronel Dorgival Ferreira da Silva, Secretário-adjunto de Segurança Comunitária e Convívio Social (Semscs), esteve no local para conversar com os manifestantes sobre a situação.

À imprensa, o secretário-adjunto explicou que, nesta fase, o reordenamento é para retirar os ambulantes da Rua da Alegria, Rua Boa Vista e da Rua do Comércio, onde ficam cerca de 160 vendedores ambulantes.

“Permitir [que fiquem] lá não é possível. A situação tem trazido algumas dificuldades para a população em geral, para a situação do transporte público, enfim. Então, a gente confirmou que não é possível e eu marquei uma mesa de negociação com eles amanha, para apresentar uma nova proposta”, disse o coronel Dorgival.

O impasse entre ambulantes e prefeitura de Maceió é antigo. Eles ocupam as ruas do centro por um período, a prefeitura realiza uma ação de reordenamento para retirá-los, o calçadão é desocupado, mas depois os ambulantes voltam alegando que não conseguem fazer vendas no novo local destinado a eles.

Desta vez, o secretário-adjunto da Semscs disse que o novo local será definido em comum acordo com os ambulantes. “A gente vai amanhã com eles, uma comissão pequena, andar em alguns pontos da cidade, apresentar para eles e eles decidem se é adequado para a atividade deles ou não”.

Os manifestantes também questionaram a ação dos fiscais da prefeitura no reordenamento.

“Teve uma reunião na semana passada e eles [prefeitura] disseram que a gente iria ficar mais dois meses na Rua do Comércio. Aí hoje eles chegam dizendo que a gente tem que sair e já chegam com agressão. Isso é um absurdo, somos trabalhadores”, questionou José Jorge, outro vendedor ambulante.

Sobre a denúncia de truculência, o secretário-adjunto disse que não tinha chegado até ele nenhuma queixa formal sobre a conduta dos fiscais e agentes da prefeitura.

Protesto de ambulantes no centro de Maceió — Foto: Daniel Tavares/G1

Protesto de ambulantes no centro de Maceió — Foto: Daniel Tavares/G1

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