Filho de Mussum diz que guardou segredo sobre paternidade por dez anos

A comprovação de que o dentista Igor Palhano, 28, é o quinto filho do humorista Mussum, nome artístico de Antônio Carlos Bernardes Gomes (1941-1994), pegou o público de surpresa. O jovem fez teste de DNA, divulgado no último dia 17, mas diz que já sabia da paternidade havia dez anos.

A demora em fazer o exame, diz ele, foi para não magoar seu padrasto, Alcir. Ele afirma que contratou um escritório para cuidar dos seus direitos de herança, mas que “existem coisas acima disso”. “Não quero pensar muito nessa coisa de herança nem entrar em conflito com a família. Se tiver algo para receber, tudo bem, mas vou tratar disso tudo de forma bem reservada. Não acho justo eu chegar agora e fazer uma bagunça com esse assunto.”

Foi em 2009, após uma discussão com a mãe, Denildes, que a verdade veio à tona. “Ela aproveitou essa deixa para me contar. Eu tinha 18 anos e era a época de ‘Os Trapalhões’. Eu era muito fã de Mussum. Todo mundo na escola duvidava disso quando eu contava. Eu mesmo ficava com receio”, rememora.

O jeito foi bancar o detetive e sair buscando informações sobre a sua origem com outros membros da família, amigos, vizinhos e conhecidos, que confirmaram que “havia um filho de Mussum por aí”. Ainda assim, em respeito ao pai de criação, Palhano resolveu não levar a informação a público nem pleitear seus direitos como filho biológico de Mussum.

“Eu me formei, fiz mestrado no exterior e meu pai, Alcir, começou a ficar muito mal de saúde, por causa de um câncer terminal. Larguei tudo e voltei para cuidar dele, até que ele morreu, há um mês e meio. Agora resolvi divulgar a história, a convite da RedeTV!, que conseguiu essa informação. Não tinha noção de que as coisas tomariam essa proporção”, diz Palhano.

O dentista já ganhou mais de mil seguidores no Instagram desde que resolveu contar a todos que é filho do ex-Trapalhão. Nas ruas, ele também é reconhecido. “As pessoas podem achar que sou aproveitador, mas foi exatamente por isso que não toquei neste assunto por tantos anos. Poucas pessoas fizeram comentários maldosos nas minhas redes sociais, mas para cada comentário ruim, há dez me defendendo.”

“Uma coisa que eu sou é humilde. Não estou acostumado com esse reconhecimento, mas confesso que estou gostando. Mussum era muito querido”, completa Palhano, que diz que os irmãos -Antônio Carlos, Sandro, Paula e Augusto, também filhos do humorista, o receberam muito bem.

“Conheci o Augusto na época em que descobri sobre o Mussum. Nós até chegamos a conversar, mas como eu disse, não quis ir em frente com essa história em respeito ao meu padrasto. Agora, ele foi bem claro e falou que podíamos fazer o exame de DNA. Foi super sensato. Ainda não conheci os outros irmãos, mas pretendo.”

Quando o assunto são os planos profissionais para o futuro, o dentista conta que está montando um consultório na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Ele diz que não largaria a profissão atual para seguir os passos do pai na carreira artística. No entanto, confessa que se arriscaria como ator, paralelamente ao trabalho na área da saúde, se recebesse alguma proposta.

“Eu aceitaria com certeza. Não sei se sou bom para isso, mas eu teria vontade de experimentar sim. Se der para conciliar com a minha profissão, vai ser perfeito.”

Amor que perdura

A matriarca Denildes Palhano é taxativa ao dizer que Mussum, a quem chama carinhosamente de Carlinhos, foi o grande amor de sua vida. Ela conta que namorou com o ex-Trapalhão por dois anos e meio, durante um hiato na relação com Alcir, padrasto de Igor.

“Sou apaixonada por Carlinhos até hoje e isso não é segredo para ninguém, mas ele morreu e o Alcir reapareceu na minha vida querendo casar. Alcir era completamente apaixonado por mim e aceitou criar o Igor como filho. Nunca houve mentira na minha casa.”

Sem nenhuma fotografia de momentos em família ao lado do humorista, Denildes ressalta que Mussum era um “paizão de todas as formas” e um excelente companheiro: “Essas histórias que espalharam por aí de que ele era alcoólatra não têm nada a ver. Ele bebia como uma pessoa normal. Existe gente muito invejosa por aí”.

“Perdi todas as fotos que eu tinha durante uma enchente que atingiu o condomínio Capim Melado, onde eu morava, em 1996. As coisas ficaram todas soterradas”, lamenta, ao citar um dos piores episódios de enchente da história da capital fluminense.

Denildes afirma ainda que não tem interesse em conhecer os irmãos de Igor, mas que deixa o filho livre para fazer o que quiser: “Ele sabe o que quer da vida. Não faço nenhum impedimento, mas a minha família se restringe a mim e a meu filho”.

Fonte: Folhapress

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