Pesquisa do IBGE confirma alta desigualdade entre pobres e ricos no estado de AL
Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (4) revela uma grande desigualdade entre ricos e pobres em Alagoas. Segundo o levantamento, que tomou com base os anos de 2017 e 2018, o valor da contribuição para a composição do rendimento médio mensal das 6.384 das famílias que têm rendimento médio mensal acima de R$ 23.850, tem um peso 35 vezes maior do que o aportado pelas 508.048 famílias que ganham dois salários mínimos (R$ 1.908).
A pesquisa mostra que 49,4% das famílias alagoanas que recebiam até R$1.908 contribuíam com 19,8% do valor médio recebido em Alagoas. Isso significa que, da média mensal de R$ 2.766,94, R$ 546,95 vêm de quase metade do total de famílias do Estado. Já os 0,6% das famílias que recebiam mais de R$ 23.850 contribuíam com R$ 232,85 para a média global.
De acordo com o IBGE, as famílias com rendimento de até dois salários mínimos comprometiam uma parte maior de seu orçamento em despesas com alimentação e habitação do que aquelas com rendimentos superiores. Somados, os dois grupos representavam 58,9% das despesas das famílias com menores rendimentos, sendo 22% destinados à alimentação e 36,9% voltados à habitação. Entre aquelas com os rendimentos mais altos, a soma atingia 18,3%, sendo 6,6% com alimentação e 11,7%, com habitação.
Para as famílias que formam a classe de maiores rendimentos, as despesas com alimentação (R$ 1.814,49) eram quase cinco vezes mais que o valor médio do total das famílias de Alagoas (R$ 390,71) e quase sete vezes o valor da classe com rendimentos mais baixos (R$ 268,73). A pesquisa revela também que alimentação, habitação e transporte comprometiam, em conjunto, 72,2% dos gastos das famílias alagoanas, no que refere ao total das despesas de consumo.
Em todo o País, segundo a pesquisa do IBGE, 2,8% das famílias brasileiras – o equivalente a 1,8 milhão de domicílios – concentram 19,9% da renda nacional. Na outra ponta, as 16,5 milhões de famílias com rendimento de até dois salários mínimos concentram apenas 5,5% do valor médio recebido no País.
A pesquisa revela que 97,3% do acumulado das famílias que ganham até R$ 23.850 colaboram com R$ 4.346,44 da renda média. Isso quer dizer que o restante para completar 100% das famílias, ou seja, 2,7%, contribui com a diferença entre R$ 5.426,70 e R$ 4.346,44, o que significa que a colaboração é de R$ 1.080,26.
Essa média tem muita influência das pessoas que têm muito rendimento, revela o levantamento do IBGE. ?E as pessoas, que são a maioria e têm menor rendimento, não deixam isso ser maior. Elas puxam isso para baixo. É assim que a gente tem visto em todas as pesquisas?, acentuou André Martins, gerente da POF.
Ele quer ver chegar o dia em que não seja mais preciso ter tão pouca gente que concentre tanto rendimento. ?Mas, por ora, a gente ainda tem uma pequena parcela da população que se apropria muito dos rendimentos totais gerados da população?