Hackers ligados ao Irã tentaram interferir em eleições nos EUA, diz Microsoft
A empresa de tecnologia Microsoft informou que hackers ligados ao governo do Irã tentaram interferir em uma campanha presidencial dos Estados Unidos. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (4). Eles também teriam tentado interferir em contas de funcionários da Casa Branca, veículos de imprensa e iranianos que vivem em território norte-americano.
A gigante da tecnologia não detalhou qual campanha presidencial estava na mira dos hackers. Porém, fontes disseram à agência Reuters que eles tentaram interferir na corrida de Donald Trump pela reeleição.
Tanto a Microsoft quanto a coordenação da campanha de Trump disseram que não houve danos às contas dos integrantes da corrida à Casa Branca. O presidente norte-americano não se pronunciou sobre o caso.
De acordo com a Microsoft, os hackers tentaram invadir 241 contas e obtiveram sucesso em quatro delas. Também não se sabe se houve tentativa de invasão a outras campanhas presidenciais – o Partido Democrata ainda está na fase das candidaturas às primárias.
A Microsoft informou que os hackers iranianos usaram mudanças de senha e outras ferramentas de recuperação de conta para tentar obter informações. Por exemplo:
- Hackers obtiveram números de telefone dos alvos a espionagem para tentar reabilitar senhas de contas.
- Hackers tentaram chegar a contas de e-mail secundárias ligadas à Microsoft dessas pessoas para conseguir acesso aos sistemas por mensagens de verificação.
Os ataques ocorreram em um período de 30 dias entre agosto e setembro. Os hackers chegaram a fazer 2,7 mil tentativas de invasão a somente uma pessoa.
Interferência externa em eleições
Após denúncias de suposta interferência da Rússia na campanha de Hillary Clinton à presidência em 2016 – que levou a uma investigação que colocou aliados de Trump no banco dos réus -, funcionários da inteligência norte-americana estão em alerta pelo risco de mais hackers tentarem invadir sistemas de campanhas para 2020.
De acordo com a agência Associated Press, hackers estrangeiros atuam há anos contra o sistema político dos EUA. A investigação liderada por Robert Mueller concluiu que não houve crime de Trump no caso da interferência russa, mas há preocupação de que outros países tentem fazer a mesma coisa.