Alunos enfrentam condições precárias em escola do Estado em Palmeira dos Índios
Alunos da Escola Estadual Indígena Xukuru-Kariri Yapi Leânawan, no município de Palmeira dos Índios, precisam conviver diariamente com uma série de improvisos para conseguir estudar. É com o esforço dos professores que as atividades são realizadas nas salas de aula improvisadas em uma oca nos fundos da tribo, há mais de 2 anos.
No local, estudam atualmente sete turmas do 1º ao 7º ano, mas apenas duas salas de aula formais funcionam. O resto é precário.
“O quadro é pequeno porque a gente comprou o local por conta própria e não tivemos condições de comprar um melhor. Isso dificulta na escrita porque tem que esperar terminar de escrever, apagar o assunto. Às vezes queremos o texto ou uma atividade e não consegue porque tem que ficar apagando para continuar as atividades”, afirmou a professora Gilvanete Correia.
Lá, o quadro é pendurado por um estaca e o apagador se torna uma simples folha de papel. Um oca está sendo usada para abrigar os alunos. O espaço é aberto e deixa os estudantes expostos ao sol, chuva e, até mesmo, poeira. As crianças reclamam da falta de estrutura.
“O sol dá claridade no quadro e, quando passa carro, traz poeira pra cá”, reclama o estudante, Wiranan dos Santos.
Sem estrutura adequada, a aprendizagem fica comprometida. “Eles não estão avançando na aprendizagem porque não tem estrutura, um espaço adequado para que eles se sintam confortáveis para fazer suas atividades”, expôs a professora.
Um projeto para a construção de uma quadra esportiva até existe, mas só no papel. Obra mesmo, não é vista por lá.
“A posição que nos dão é que está saindo da licitação, mas a gente não sabe. Sabemos que existe o projeto, mas não foi executado. A escola hoje tem uma necessidade muito grande e temos que pedir o espaço para outras escolas. Quando não tem, as crianças ficam sem atividade”, explica a coordenadora da escola, Girlane Januário.
Outra preocupação é com a ampliação da escola, que foi prometida pela Secretaria de estado da Educação (Seduc), mas, até o momento, não aconteceu. “Ano que vem temos a turma do 7º ano, que ano que vem é 8º e não sabemos onde vamos colocar. Temos crianças querendo vir para nossa escola, só que não tem como receber porque não tem mais espaço”, disse.
Segundo representantes da escola, uma reunião com o secretário de Educação, Luciano Barbosa, foi realizada na tarde dessa quarta-feira (2). Na ocasião, ele se comprometeu a construir duas novas salas de aula e, posteriormente, uma nova escola na região. Já sobre a construção da quadra de esportes, o secretário afirmou que a mesma não será construída.