Governo de AL não paga a motoristas e transporte escolar para outra vez

Parados mais uma vez. É assim que se encontra o transporte escolar que presta serviços para o governo Renan Filho (MDB). Os motoristas decidiram cruzar os braços novamente e paralisar as atividades oferecidas a milhares de alunos da rede estadual de ensino. A Secretaria de Educação (Seduc), comandada por Luciano Barbosa, foi alvo de investigação da Polícia Federal (PF) que apura um esquema que pode chegar a R$ 21 milhões em contratos irregulares.

Os trabalhadores fizeram um protesto no Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa), na manhã desta terça-feira (24), e cobram, novamente, o pagamento dos salários dos meses de maio e junho deste ano.

Segundo um representante dos trabalhadores, a liberação do pagamento já foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) e o dinheiro repassado para a Seduc, mas, até o momento, o pagamento não foi feito aos prestadores de serviço. A entrada do Cepa foi bloqueada e apenas carros de passeio estão conseguindo acessar o local.

“Nós estamos cobrando o pagamento dos meses de maio e junho, que já está na conta da secretaria e, até agora, o secretário Luciano Barbosa não repassou para os trabalhadores nem dá explicação, muito menos data para realizar o pagamento”, afirmou Nilton Alves, que faz o transporte para estudantes do município de Palmeira dos Índios.

De acordo com ele, todos os motoristas estão com as atividades paradas no estado. Isso significa que milhares de estudantes estão sendo prejudicados com a falta de aula, já que muitas escolas suspenderam as atividades.

“Não tem transportador trabalhando. As aulas foram suspensas em algumas escolas onde os diretores acharam melhor não ter aula. Não haverá transporte se não houver pagamento”, declarou.

O manifesto acontece na área interna do Cepa e cerca de 50 motoristas participam do ato, que deve ocorrer até que o pagamento seja realizado pela Seduc.

“Até agora não tivemos nenhuma resposta da secretaria. Não é a primeira vez que isso acontece. Somente este ano, é a quarta ou quinta vez. Eles não entram em contato com os trabalhadores e não dão satisfação. Viemos protestar com a intenção de sair com o pagamento. Ficaremos acampados à porta da secretaria, sem dia para sair”.

Os transportadores solicitam uma reunião com representantes da Secretaria de Educação, mas, até o fechamento desta matéria, a categoria não havia sido recebida. Militares do Gerenciamento de Crises da Polícia Militar foram acionados e estão no local, negociando com os manifestantes.

A Gazetaweb entrou em contato com a assessoria da Seduc e aguarda posicionamento acerca do pagamento dos trabalhadores.

Operação Casmurro

Vale lembrar que uma operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) com suporte da Controladoria Geral da União (CGU) e do Ministério Público Federal (MPF), no início deste mês, prendeu 13 pessoas suspeitas de desvios de recursos federais sob controle da Secretaria de Estado da Educação (Seduc). O superfaturamento na execução dos contratos para o transporte escolar causou prejuízo estimado aos cofres públicos de R$ 8.515.467,60, podendo superar R$ 21 milhões.
Os servidores alvos de mandados de busca e de prisão possuíam influência dentro dos processos licitatórios ou o dever de fiscalizar a legalidade desses processos e não o fizeram.
A investigação revelou desvios de verba do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação Básica (Fundeb). A apuração iniciou este ano e constatou fraudes em processos licitatórios na Seduc, a partir de 2017, sempre para contratação do transporte escolar.
Fonte: Gazeta Web

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *