Três meses depois da morte de pastor, investigação mira no passado de Flordelis
A morte do pastor Anderson do Carmo, marido da deputada federal Flordelis dos Santos (PSD), completa três meses no próximo dia 16. Na segunda fase das investigações do crime, a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo tem mirado no passado da parlamentar e da vítima.
Os policiais estão levantando detalhes do início da história de Flordelis, quando ela começou a adotar crianças, ainda na favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, e informações sobre outros relacionamentos que manteve antes de Anderson. Os investigadores também buscam detalhes do início do próprio envolvimento de Anderson com Flordelis.
A Polícia Civil localizou um homem, conhecido pelo apelido de Fabão, que se relacionou com Flordelis no fim dos anos 90. Ele prestou depoimento no último dia 2. Segundo informações obtidas pela polícia, Fabão e Flordelis se casariam, mas ele acabou rompendo com a parlamentar. Em seguida, em 1998, ela se casou com Anderson. Em sua biografia, Flordelis afirma que se casou com Anderson no início dos anos 90. Na época, no entanto, o pastor ainda era adolescente.
O casamento com Anderson foi o segundo de Flordelis. Ainda nos anos 80, ela se casou com Paulo Rodrigues Xavier, pai de seus três filhos biológicos. Atualmente, Paulo vive fora do estado do Rio.
Os policiais também estão ouvindo parentes da vítima e pessoas que eram próximas à família, mas se afastaram. Na primeira fase das investigações do assassinato, dois filhos de Flordelis foram indiciados pelo crime – Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis e Paulo, e Lucas Cézar dos Santos, que foi adotado pela parlamentar e Anderson. O primeiro é acusado de ter atirado contra o pastor, e o segundo, de ter ajudado o irmão a comprar a arma do crime.
Após a primeira fase das investigações, a DH abriu um novo inquérito para continuar investigando o crime. A delegacia apura a participação de outras pessoas no assassinato, inclusive a própria Flordelis. Em entrevista coletiva realizada no fim do primeiro inquérito, a delegada titular da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, Bárbara Lomba, afirmou que a motivação do crime ainda não estava clara, mas as investigações, até aquele momento, apontavam para o assassinato estar ligado a questões financeiras e desavenças familiares.
Anderson foi morto a tiros dentro da casa da família, em Pendotiba, Niterói, na madrugada do dia 16 de junho. O corpo do pastor tinha 30 marcas de perfurações. Flávio, filho de Flordelis, confessou que atirou seis vezes contra o padrasto. A polícia desconfia que outras pessoas tenham atirado na vítima.