Caos no Centro de Maceió é tema de audiência pública

Presidente em exercício da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Gilton Lima

Empresários do Centro de Maceió participaram de uma audiência pública, na Câmara Municipal de Maceió (CMM), sobre a atual situação do Centro da Cidade e relataram todo o drama decorrente da falta de ordenamento do local. A situação tem resultado no fechamento de lojas e, consequentemente, fechamento de postos de trabalho, ambiente tenso para se trabalhar, afastamento dos clientes e muita insegurança.

Os lojistas deixam claro não serem contra os feirantes e ambulantes, mas pedem um ordenamento do espaço público.

Uma redução no número de funcionários de 200 para 80. Essa é a realidade do empresário Carlos Henrique, PH Importados.

Ao usar a tribuna, o empresário afirmou que arcou com o tratamento de uma cliente que se machucou após uma confusão envolvendo os ambulantes. Para o empresário, o local tem sido palco de desordem, barulho e insegurança. “Estamos com uma bomba nas mãos”, afirmou.

As narrativas se pareciam. O empresário paraibano Erickson Bezerra, proprietário do Atacadão Paraíba, está há quatro anos em Maceió. Começou sua atividade na capital com quatro lojas e está encerrando as atividades em uma delas. “A
situação econômica atrapalha, mas o que mais prejudica é a situação do centro. As empresas geravam 120 empregos. Hoje, temos apenas 40”, comentou.

Outros empresários que preferiram não se identificar disseram que tem ladrão que se infiltra entre os feirantes. Outros colocaram que é corriqueiro ter ladrão dentro das lojas.

O presidente da Aliança Comercial de Maceió, Guido Júnior, ressaltou que a luta dos lojistas do Centro de Maceió não é de agora. “Não temos como esperar por muito tempo por providências. Até o 5º dia útil, a gente tem que pagar os nossos funcionários”, colocou.

O desabafo de Guido foi no sentido também de esclarecer que muitas ações não precisam de dinheiro e sim de gestão. Ele citou que o artesanato que fica no Mirante de São Gonçalo poderia ser transferido, por exemplo, para a Praça dos
Martírios. Para ele, a retirada de órgãos públicos do Centro também atrapalhou. Ele falou que apesar do número reduzido de associados, a Aliança Comercial tem contribuído com o que é possível, a exemplo da reposição de 30 grelhas com recursos próprios.

Diante da insegurança, Guido relatou o caso de pessoas de idade que têm evitado ir ao Centro, apesar de gostar de fazer compras no local. Guido reconheceu a luta da primeira etapa do trabalho realizado pela Prefeitura Municipal de Maceió no Centro, mas ponderou. “O problema é o tempo. Se o comércio vai aguentar”, disse.

Na oportunidade, ele pediu mais rapidez nas ações.

O propositor da audiência pública, vereador Francisco Sales, afirmou que será formalizado um documento e enviado ao prefeito Rui Palmeira e a cada secretário
fruto da audiência pública.

O parlamentar disse que não se trata de proteger somente os empresários, mas “proteger os empregos” gerado pelo setor do comércio. Ele lançou como uma sugestão para aumentar o fluxo de consumidores no Centro uma
apresentação semanal da banda de música da Guarda Municipal de Maceió e uma programação cultural ativa por parte do órgão municipal ligado à cultura.

O vereador Chico Filho disse que a emenda do ex-deputado federal Ronaldo Lessa assegurou R$ 5 milhões para investir na acessibilidade no Centro até o final deste ano. Segundo ele, as obras têm que começar até dezembro deste ano. Caso contrário, o recurso será devolvido.

O presidente em exercício da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Gilton Lima, disse que a entidade está à disposição para contribuir, inclusive por meio do Instituto de Pesquisa Fecomércio com diagnóstico que possa mensurar o impacto da desorganização do Centro para o Comércio, setor indispensável para geração de renda. A Fecomércio coloca ainda a necessidade de investimento em políticas de geração de renda para que o comércio informal se formalize.

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