Após provocar “ira” de adversários, JC diz que não afirmou que ameaças tenham conotação política
A notícia de que planos para assassinar dois prefeitos alagoanos estariam em andamento pegou a população da quarta maior cidade alagoana de surpresa no último final de semana. Isso porque o prefeito Júlio Cezar da Silva (PSB) de Palmeira dos Índios seria um dos ameaçados.
Segundo a informação divulgada por um semanário, Júlio Cezar teria dois grupos de assassinos em sua perseguição. Mesmo correndo em segredo de Justiça, as investigações foram divulgadas à imprensa, também pelo próprio prefeito ao confirmá-las, e acontecem já de algum tempo por parte da Segurança Pública alagoana.
A revelação confirmada pelo prefeito jurado de morte provocou a ira dos até então silenciosos políticos de oposição dentro e fora do município. Júlio Cezar é candidato declarado à reeleição (cá entre nós, provavelmente desde que soube da vitória nas últimas eleições.
Cabe lembrar a quem interessar que o histórico de Palmeira dos Índios é que, independente de fazer uma boa gestão ou não, os prefeitos sempre foram reeleitos.
O ex-prefeito de Palmeira dos Índios, James Ribeiro, antecessor de JC, foi o primeiro a se mostrar indignado com a situação. “Há anos, nunca vi esse clima político aqui em Palmeira dos índios, de medo, de ameaçam de trama de assassinato. Como oposição, fiquei bastante preocupado. É uma praxe do prefeito fazer teatro. O meio político e a população aos poucos foram conhecendo quem é o prefeito, essa figura polêmica na política alagoana”, começou.
Ribeiro lembrou que na última campanha, o então candidato, foi à polícia abrir um Boletim de Ocorrência acusando que um grupo político estaria tramando a sua morte. “Na mesma eleição, esse mesmo grupo apoiou o candidato. Essa nova peça de teatro do prefeito é para ele se vitimizar novamente, para desviar [o foco de] uma gestão fraca, medíocre, sem obras para mostrar à população, sem merenda nas escolas, devendo a todos os fornecedores, salários atrasados de comissionados, contratados”, destacou o ex-prefeito.
Em nota JC afirma que, “confirmo o teor da reportagem, mas ressalto que em nenhum momento afirmei que as ameaças que estou sofrendo têm conotação política. Em vez disso, deixei claro que já fui vítima de um crime por questões de cunho estritamente pessoal. Quanto às atuais ameaças, quem dirá a origem e motivação é a Polícia Civil de Alagoas e o MinistérioPúblico, que já tratam do assunto. Um trabalho sério e que deve ser respeitado. Entretanto, é curioso perceber que aqueles que são conhecidamente ligados a crimes de mando, em Palmeira dos Índios e nas cidades próximas daqui, logo corram para tentar desqualificar as ameaças que sofri. Não vistam a carapuça, pois não a ofereci! Deixem que as forças de segurança do Estado, nas quais confio, possam esclarecer esta lamentável situação“.O que se sabe é que as possíveis motivações poderiam ter duas linhas, uma política e outra de ordem passional, a última confirmada pelo prefeito em nota divulgada pela assessoria de imprensa. O prefeito já confirmou à imprensa que todo o conteúdo divulgado na reportagem do semanário é verídico.
Porém, se existem esses planos com motivação política – como frisou a matéria veiculada-, qual seria, de fato, o ponto em sua atuação política que teria desencadeado essa trama tendo em vista que a gestão não tem destaques positivos ou negativos que justifiquem uma tentativa de assassinato.
O lado pessoal é o foco principal do perseguido prefeito do interior alagoano, cujo sangue derramado foi fixado por “ilustre” e endinheirado desconhecido algoz em R$ 300 mil.
Será? Sim, o valor já foi divulgado, mas quem vai pagar?
Se político ou não, cabe agora a polícia esclarecer….