River perde pênalti no último minuto e Cruzeiro arranca empate em Buenos Aires
O futebol e sua capacidade incrível de mudar sentimentos de um minuto para o outro. A história de River Plate e Cruzeiro, na noite desta terça-feira (23), no Monumental de Núñez, na Argentina, pela primeira partida das equipes nas oitavas de final da Copa Libertadores mostra isso.
O duelo já caminhava para o fim. O relógio do árbitro já contava com 52 minutos de jogo quando, após uma cobrança de escanteio, o VAR alertou o árbitro para uma irregularidade. O juizão foi até a tela e viu que Henrique puxou a camisa de Lucas Pratto, marcando, portanto, o pênalti.
Seria a água no chopp do Cruzeiro que fez uma partida defensivamente impecável, conseguiu segurar o ímpeto do River em sua casa e assim garantindo o resultado para buscar a classificação em Belo Horizonte. O time de Mano Menezes fez um primeiro tempo se defendendo mais e uma etapa complementar aproveitando bem os contra-ataques e, por detalhes, não marcou seu gol.
Então, no último minuto, Suarez, com o Monumental todo em suas costas, foi para a cobrança. O silêncio no estádio após a batida deu sentença ao argentino: o chute saiu forte, com altura e a bola foi parar nas arquibancadas.
As equipes se encontram na próxima semana, em Belo Horizonte, no Mineirão, e decidem quem avança para as quartas de final da Copa Libertadores da América.
Primeiro tempo
O Cruzeiro entrou em campo com seu melhor time. Vale lembrar, inclusive, que Fred não viajou para Buenos Aires por causa de uma crise de labirintite, mas, ainda assim, Mano Menezes tinha seu melhor time em campo. Já o River Plate iniciando temporada, tinha mudanças, era um clube diferente daquele que conquistou a América e tinha Lucas Pratto no banco de reservas.
Os primeiros minutos do confronto foram de muita igualdade em campo. As equipes faziam um importante duelo no meio, com trocas de passes e posturas defensivas e ofensivas parecidas, com as propostas de jogo.
Isso durou até os 10 minutos de jogo. Após isso, o River passou a colocar em campo um ritmo mais intenso de jogo. E passou a pressionar muito o Cruzeiro. Os argentinos dominaram o meio campo completamente e toda escapada da Raposa era rapidamente recuperada. O River cercou a área celeste e passou a colocar bolas insistentemente dentro da área.
Esse momento do jogo durou cerca de 12 minutos, até os 22, e serviu para mostrar o potencial do clube argentino, mas, sobretudo, a capacidade do time de Mano Menezes de ser pressionado sem sofrer grandes sustos. O River aproximou da área, mas não chegou contra o gol de Fábio claramente com uma chance de marcar um tento. O porém é que não conseguiu criar o contra-ataque perfeito para abrir o placar.
Aos 24 o River conseguiu criar uma chance com muito perigo. Em cruzamento na área, Álvares desvia de cabeça, antecipando a chegada de Dedé, mas Fábio conseguiu defender. No rebote, Fernández chutou para fora.
O Cruzeiro tentou igualar as ações em campo, mas não teve forças para avançar nas linhas de marcação com qualidade. A melhor chance ocorreu aos 36, em uma ótima escapada de Pedro Rocha pela esquerda, mas a zaga conseguiu se recompor com qualidade para evitar o pior.
Segundo tempo
Na volta do intervalo, o Cruzeiro demorou apenas um minuto para conseguir balançar as redes. Em ótima jogada de meio campo, Lucas Romero deixou Marquinhos Gabriel na cara do gol e o atacante balançou as redes. O VAR entrou em ação e percebeu o impedimento por milímetros.
A situação serviu para mostrar que o Cruzeiro seria diferente em campo na etapa complementar. Se no primeiro tempo o time de Mano Menezes ficou acuado sendo atacado, agora se mandaria para o jogo.
A entrada de David também deixou o Cruzeiro mais eficiente na frente. A Raposa passou a incomodar bastante a zaga do River Plate que passou a ter dificuldades na marcação e, com isso, não conseguia ser tão agressivo como na etapa inicial.
Após a entrada de Lucas Pratto, o River voltou a crescer. O ex-atleticano demorou um tempo até conseguir entrar na partida, mas levou, pelo menos, duas chances claras contra a meta do goleiro Fábio.
O VAR entrou em ação no último lance do jogo. Em um cruzamento na área, Henrique segurou Lucas Pratto e após consulta ao árbitro de vídeo, o pênalti foi marcado. Suarez foi para a cobrança e mandou longe.
FICHA TÉCNICA:
RIVER PLATE (ARG) 0 X 0 CRUZEIRO (BRA)
Local: Monumental de Núñez, em Buenos Aires (Argentina)
Data: 23 de julho de 2019, Terça-feira
Horário: 19h15 (de Brasília)
Árbitro: Não divulgado.
Cartões: Enzo Pérez, De La Cruz, Julian Álvarez (River Plate); David (Cruzeiro)
RIVER PLATE: Armani; Montiel, Pinola (Rojas), Martínez Quarta e Anglieri; Ignácio Fernández, Palácios, Enzo Pérez, De La Cruz, Matías Suárez, Julián Álvarez (Lucas Pratto).
Técnico: Marcelo Gallardo
CRUZEIRO – Fábio, Orejuella, Dedé, Léo, Egídio, Henrique, Lucas Romero (Jadson), Thiago Neves (David), Marquinhos Gabriel, Robinho (Ariel Cabral) e Pedro Rocha.
Técnico: Mano Menezes.