PF investiga dinheiro apreendido em MG com militares da PM de Alagoas

A Polícia Federal de Divinópolis investiga a origem do dinheiro apreendido na noite de quarta-feira (17), com ex-comandante geral, Marcus Aurélio Pinheiro, e o subtenente reformado, Esperon Pereira dos Santos, ambos da Polícia Militar de Alagoas (PM). Eles foram flagrados com cerca de R$ 1,5 milhão em especie na BR-381, em Itatiaiuçu, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O militares reformados foram abordados em uma fiscalização de rotina. Eles estavam em um carro com placas de Belo Horizonte, que foi alugado em São Paulo. Segundo a PRF, o veículo pertence a uma locadora de automóveis. Durante a abordagem, a polícia encontrou no bagageiro uma mala cheia de dinheiro. Marco Aurélio e Esperon Pereira foram detidos e levados para a sede da PF.

Polícia apreende duas malas cheias de dinheiro dentro de carro na Fernão Dias, na Grande BH — Foto: Divulgação/PRFPolícia apreende duas malas cheias de dinheiro dentro de carro na Fernão Dias, na Grande BH — Foto: Divulgação/PRF

Polícia apreende duas malas cheias de dinheiro dentro de carro na Fernão Dias, na Grande BH — Foto: Divulgação/PRF

Ao G1, o chefe da PF em Divinópolis, Daniel Sousa, disse nesta quinta-feira (18), que os militares foram ouvidos durante a madrugada e liberados. Além disso, informou que não existiu flagrante, uma vez que o transporte de valores não é crime.

“O Marcus disse que foi contratado por uma pessoa em Alagoas, que ele não sabe ao certo quem é, e que essa pessoa pediu que ele levasse um contrato até São Paulo. Esse contrato seria da compra de uma propriedade, mas ele não soube explicar ao certo. Então, ele chamou o Esperon para que o acompanhasse, e foram até São Paulo. Lá se encontraram com uma pessoa, que disse que não iria mais fazer o negócio e não quis assinar o contrato. Para não voltarem com esse dinheiro de avião, alugaram um carro”, contou o delegado.

Daniel Souza também revelou à reportagem que os ex-policiais não estavam armados.

Chefe da Polícia Federal em Divinópolis, Daniel Sousa — Foto: Mariana Gonçalves/G1Chefe da Polícia Federal em Divinópolis, Daniel Sousa — Foto: Mariana Gonçalves/G1

Chefe da Polícia Federal em Divinópolis, Daniel Sousa — Foto: Mariana Gonçalves/G1

Defesa

A defesa de Pinheiro disse que ele estava com um comerciante que pretendia adquirir um imóvel de campo na região mineira. Informou ainda que foi contratado para acompanhar a negociação do imóvel, o que não ocorreu. Durante a abordagem, foi apresentado o contrato de compra e venda da propriedade. Em seguida, Pinheiro foi liberado.

Dinheiro

Sobre a transação comercial, o delegado informou ao G1 que os militares relataram que iriam receber R$ 5 mil cada pelo serviço prestado.

“Eles entraram em contradição o tempo todo, não conseguiram dar uma versão clara sobre o fato, e disseram que receberiam por esse serviço de levar o contrato até São Paulo. Perguntamos sobre os valores, e nem ao certo sabiam quanto estavam transportando. Vamos depositar esse dinheiro em uma conta da Justiça Federal, e esses valores ficaram sob responsabilidade da Justiça até o término das investigações. Se ficar comprovado que o dinheiro é ilícito e não aparecer o proprietário desse dinheiro, aí vamos indiciar o Marcus e o Esperon”, afirmou Daniel.

Notas

“Na mala tíiham muitas notas trocadas. Não era igual quando temos um valor retirado de instituições financeiras, onde todas as notas são de mesmo espécie, até por isso decidimos não fazer a contagem desse dinheiro no momento em que ele foi apreendido”, acrescentou Daniel sobre o dinheiro encontrado na mala.

O dinheiro apreendido será levado para contagem em uma instituição bancária ainda nesta quinta-feira.

Policiais

Daniel Sousa também disse que até o momento nem o Marcus, nem o Esperon têm registros policiais por atos ilícitos. “Eles vão responder em liberdade e podem inclusive retornar para Alagoas. O processo está na Justiça aqui de Minas Gerais, mas isso não os impedem de retornar ao estado de origem deles”, explicou.

Ainda conforme o delegado, os ex-policiais podem ser indiciados por lavagem de dinheiro, com pena prevista de três a dez anos de reclusão.

G1

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