Médico suspeito de cobrar por cirurgia do SUS é acusado de abuso
Em uma nova acusação, a mulher que denunciou o médico Ricardo Chauvet, sobre uma cobrança feita por ele no valor de R$1 mil para retirar um pólipo do útero pelo SUS em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, relatou que foi abusada sexualmente pelo obstetra.
“Me senti muito humilhada, um lixo”, fala a paciente que prefere não se identificar. Ela disse à reportagem que fez a denúncia de abuso sexual ao Ministério Público no mesmo dia em que comunicou a cobrança pela cirurgia.
“Eu fui abusada sexualmente, eu me senti muito humilhada, em um momento em que eu estava ali querendo apenas que salvasse a minha vida, que me tirasse daquele momento em que eu estava debilitada.”
A paciente relata que o médico, durante um exame de toque, teria feito comentários sobre sua vagina e “olhado com uma cara estranha”: “Eu tenho 4 filhas, sempre fui tratada nesses exames com muito respeito, nunca vi um médico fazer exame de toque desse jeito e sem a presença de uma enfermeira”, declara.
O abuso teria acontecido na maternidade de Corumbá durante uma consulta. A paciente registrou na noite de terça-feira um novo boletim de ocorrência, porque segundo ela, um carro teria perseguido ela e o marido.
“Eu fiquei nervosa, o carro ficava toda hora dando luz alta eu acho que já com a intenção da gente não conseguir enxergar a placa ou o modelo do carro. Meu esposo tentou trocar de caminho, cortando ruas e o carro continuava encontrando com a gente”.
A paciente denunciou esse suposto abuso sexual ao Ministério Público Estadual (MPE) no mesmo dia em que fez a denúncia sobre a cobrança de mil reais feita pelo médico por uma cirurgia que é oferecida de graça pelo SUS.
De acordo com a paciente, ela ainda está fazendo exames para acompanhar o problema que tem no útero, o último diagnóstico mostrou que ela tem varizes uterinas, por causa disso, a cirurgia para a retirada do útero terá que esperar um pouco mais, até que a complicação seja tratada.
Segundo o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul, a documentação com a denúncia já foi entregue ao conselho e estão sendo analisadas. A Santa Casa de Corumbá informou que aguarda o parecer da Comissão de Ética para dar continuidade ao caso.
A reportagem entrou em contato com o médico por telefone, mas as ligações não foram atendidas.