Proprietárias da ONG Pata Voluntária são transferidas para o Sistema Prisional
As proprietárias da ONG Pata Voluntária, que fazem trabalho de acolhimento de animais abandonados em Maceió, presas suspeitas de fraude para conseguir dinheiro de internautas, foram transferidas neste sábado (6) para o Sistema Prisional.
Amropali Mondal, 29, Maria Gisele, 23, e Nayane Petrucia, 26, estavam presas deste a última sexta-feira (5), na Central de Flagrantes I, no bairro do Farol. Neste sábado, elas participaram de uma audiência de custódia no Fórum da Capital. Na ocasião, a Justiça converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva e, após a audiência, as três foram transferidas para o presídio Santa Luzia.
Segundo a polícia, as suspeitas denunciaram que teriam sido vítimas de um roubo. Após uma investigação, a polícia constatou que não houve o roubo e que elas estavam cometendo uma fraude para obter doações para outras causas que não fosse o cuidado com os animais.
O delegado Thiago Prado informou que apenas Nayane confessou o crime, as outras permaneceram em silêncio. Segundo Prado, ela alegou que inventou uma fraude para construir um hospital veterinário.
A reportagem entrou em contato com o advogado das suspeitas, mas ele não quis se pronunciar.
Segundo o Tribunal de Justiça, as defesas das suspeitas pediram que elas respondessem o processo em liberdade, mas o pedido foi negado.
Segundo a determinação judicial, as investigações descobriram que um dos locais indicados como sede da ONG não existia. Ainda foi descoberto que no apartamento da Amropali foram encontrados dentro da casa animais em situação de abandono, inclusive sendo animais silvestres, tais como duas cobras e um cassaco.
Ainda segundo a decisão, há indícios de que as suspeitas fazem parte de uma ONG de proteção animal, e usavam uma rede social para arrecadar dinheiro para o custeio do suposto projeto.
“Os indícios colhidos no auto de prisão em flagrante denotam que a conduta das custodiadas teria alcançado um número ainda não estimado de pessoas que, compadecidas com o suposto roubo, efetuaram doações nas contas apontadas pelas investigadas. Dessa forma, entendo que a liberdade das investigadas representa uma afronta para ordem pública, levando-se em conta a gravidade em concreto dos delitos supostamente praticados, especialmente o suposto estelionato que, em tese, vitimou inúmeras pessoas”, traz a decisão.
Denúncia
Durante a audiência, as suspeitas denunciaram terem sido vítimas de violência psicológica no momento que foram presas.
A Justiça determinou que a denúncia fosse encaminhada ao órgão do Ministério Público responsável pelo controle externo da atividade policial, para que sejam adotadas às medidas necessárias para a apuração.