Príncipe dos Emirados Árabes Unidos é encontrado morto em Londres
O príncipe Khalid Al Qasimi, de 39 anos, segundo filho de um dos xeiques dos Emirados Árabes Unidos, morreu, informou nesta terça-feira (2) o jornal britânico “The Guardian”. Ele trabalhava como estilista e havia se apresentado há três semanas na London Fashion Week.
Segundo a BBC, a polícia de Londres está tratando a morte dele como inexplicada. A organização diz que recebeu uma notificação de “uma morte súbita em uma propriedade residencial em Knightsbridge”, um distrito da cidade. Agora, aguarda resultados de mais exames pós-morte, porque o resultado dos primeiros foram “inconclusivos”.
O pai de Khalid é o xeique Sultan bin Muhammad Al Qasimi, governante do Emirado de Sharjah, um dos sete que compõem os Emirados Árabes. Um período de luto de três dias foi decretado pela morte do príncipe no país, onde bandeiras devem ficar a meio mastro.
O xeique expressou sua tristeza em um post no Instagram na terça (2), dizendo que seu filho estava “sob os cuidados de Deus.”
O presidente dos Emirados Árabes Unidos e governante de Abu Dhabi, o xeique Khalifa bin Zayed Al Nahyan, ofereceu suas condolências ao xeique Sultan e sua família.
Carreira
O estilista criou a marca de roupas Qasimi, que levava seu nome. Khalid formou-se em arquitetura e design de moda na Central Saint Martins, em Londres, e apresentou sua primeira coleção em 2008, que foi lançada em colaboração com o designer Elliott James Frieze, segundo o “The Guardian”.
Em comunicado divulgado em seu site, a marca afirmou que “é com grande tristeza que informamos que Khalid Al Qasimi faleceu de forma inesperada no dia 1º de julho”. De acordo com a Qasimi, Khalid era elogiado por sua “tenaz e ainda assim sensível exploração de questões sociopolíticas, particularmente aquelas ligadas ao Oriente Médio”.
O príncipe nasceu nos Emirados Árabes, mas foi criado no Reino Unido.
“O mundo do design perdeu um grande filósofo e artista”, diz o texto.
Khalid também foi presidente do Conselho de Planejamento Urbano de Sharjah, encarregado de supervisionar os projetos de infraestrutura no emirado.
Um amigo – que não quis ser identificado, segundo a BBC – disse que o príncipe estudou na Architectural Association e era “muito talentoso, incrivelmente inteligente” e “incrivelmente apaixonado pelos direitos humanos”.
“Ele amava a vida, era muito extrovertido”, acrescentou o amigo. “Uma pessoa muito gentil e generosa também. Ele não se importava muito com o ego”, disse.
Várias pessoas compartilharam a notícia nas mídias sociais, incluindo o fotógrafo de moda Mariano Vivanco, que o chamou de “meu anjo”.
A morte de Khalid ocorreu 20 anos depois que seu irmão mais velho, Mohammed bin Sultan bin Mohammed Al Qasimi, morreu de uma overdose de drogas aos 24 anos na casa da família em East Grinstead, na Inglaterra, em 1999.