Idosa de 84 anos cai em frente a banco após funcionário se recusar a realizar prova de vida em estacionamento
Uma idosa de 84 anos se machucou durante uma tentativa de atendimento em uma agência bancária em Londrina, no norte do Paraná, para realizar a prova de vida exigida pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O procedimento é obrigatório para que a idosa continue recebendo uma pensão. O acidente ocorreu na quarta-feira (26).
Joelma de Souza Carvalho, a filha da vítima, registrou Boletim de Ocorrência por lesão corporal depois do acidente com a mãe. Joelma conta que um funcionário, que se apresentou como gerente, se recusou a ir até o estacionamento, localizado perto da agência do banco Itaú do calçadão, para encontrar a mãe, dona Lázara Maria de Souza, de 84 anos.
A idosa caiu de uma cadeira de rodas quando estava a caminho da agência. Lázara teve ferimentos no rosto e fratura no ombro. A filha, que empurrava a cadeira, se emociona ao lembrar do acidente.
“Isso não pode ficar impune. Não sabemos com quantas pessoas isso já aconteceu. Se não tomarmos uma providência, isso pode acontecer com outras pessoas também. É uma questão de humanidade”, diz a agricultora, Joelma de Souza Carvalho.
Joelma diz que a única atitude do funcionário foi oferecer a cadeira de rodas.
“Estava frio, chovendo, o que poderia agravar a saúde dela. Perguntei se ele poderia ir comigo, ele falou que não e que não dava para designar ninguém. Peguei a cadeiras de rodas, levei até o estacionamento, e foi quando a cadeira tombou”, explicou a filha da dona Lázara.
Antes de chegar na agência do calçadão, localizada na região central, a família tinha levado dona Lázara a outro banco, onde a prova de vida foi feita do jeito mais fácil, dentro do carro. Segundo a filha, só depois que a idosa caiu é que o funcionário se ofereceu pra fazer o procedimento.
“O sargento da Polícia Militar entrou no banco, falou com esse gerente de banco e, só depois disso, ele fez a prova de vida dentro da ambulância. Aí podia. Acredito que o banco precisa rever os procedimentos. O gerente pode ter a razão dele, por ser o procedimento adotado pelo banco, mas ele também podia ter pensando no lado humano, da dificuldade dela”, esclareceu Joelma Carvalho.
O que disse o banco
Por meio de nota, o banco Itaú afirmou que a prova de vida e a renovação da senha do banco são determinações do INSS. Caso o beneficiário esteja impossibilitado de ir a uma agência, um representante legal ou procurador cadastrado no INSS pode representá-lo. Para a realizar a prova de vida, é necessário o registro de senha, procedimento que deve ser feito dentro da agência, por isso os funcionários não são autorizados a sair da agência.
O banco Itaú afirmou que orientou a família sobre as alternativas para que não fosse necessário levar a cliente à agência. Mas, conforme o banco, a família se recusou, e o banco disponibilizou então uma cadeira de rodas para facilitar o trajeto entre o veículo e a agência. O banco afirmou ainda que acionou o atendimento médico após o acidente.
O INSS não se posicionou sobre o caso.