Secretário Flávio Targino esclarece polêmicas e mentiras envolvendo o esporte em Palmeira

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Texto: Carlos Alberto Jr.

A polêmica envolvendo os recursos públicos destinados ao Clube Sociedade Esportiva (CSE) tomou conta de Palmeira dos Índios nos últimos dias. Em entrevista exclusiva ao Estadão Alagoas, o secretário municipal de Esportes, Lazer e da Juventude do município, Flávio Targino, esclareceu o assunto e explicou o papel da Prefeitura para o desenvolvimento do esporte municipal.

O assunto culminou, inclusive, com o pedido de afastamento do presidente do clube, Antônio Umbelino que oficialmente renunciou ao cargo nesta segunda-feira (17), agravando ainda mais a crise interna do clube. Neste ano, o time principal disputa a Segunda Divisão do Campeonato Alagoano de Futebol. Também por conta disso, passou a receber críticas dos torcedores do tricolor palmeirense.

Durante a entrevista, o secretário de Esportes, Lazer e da Juventude de Palmeira dos Índios esclareceu polêmicas e antecipou ações a serem desenvolvidas a partir dos próximos meses, com a finalidade de continuar incentivando a prática desportiva amadora e profissional no município.

Estadão Alagoas – Secretário, como acontece o apoio financeiro do Município ao Clube Sociedade Esportiva (CSE)?

Flávio Targino – O Governo Municipal, por meio da Secretaria Executiva de Esportes, Lazer e da Juventude, vem dando, sim, todo o apoio possível e legal ao time profissional e também às categorias de base do CSE. No entanto, precisamos evidenciar que a pasta é recém-criada, sendo um desmembramento da Secretaria Executiva de Educação. Temos menos de quatro meses de criação. Ainda não possuímos dotação orçamentária própria e isso dificulta momentaneamente algumas ações, porém sem impedimentos para suas realizações.

No caso do CSE, a Câmara Municipal aprovou a Lei 2.120 de 2017 que transformou o clube em Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial do município de Palmeira dos Índios. A Lei regulamenta a ajuda do município, na forma de patrocínio, em todas as campanhas oficiais que o CSE representar Palmeira dos Índios. Essa nova Lei foi editada pela Câmara Municipal de Vereadores, que atendeu ao pleito do Governo Municipal. Em troca do apoio municipal, o Clube deveria focar mais atenção às categorias de base, em assistência médica, alimentação e orientação psicológica aos atletas, em especial aos da base.

A Lei 2.120/2017 garante repasses maiores durante a participação em eventos oficiais e menores nos demais períodos, a partir de despesas comprovadas pelo clube. Destaco ainda que o repasse ao CSE era de competência da Secretaria de Cultura, pelo fato do esporte estar ligado à pasta. Com relação a outras modalidades, repasses e incentivos eram a cargo da Educação municipal. Agora está sob a nossa responsabilidade, mesmo sem possuirmos ainda dotação orçamentária definida.

EA – O município, então, é um patrocinador máster do CSE?

FT – Sim. Estão garantidos repasses assegurados pela Lei 2.120/2017 que transformou o time em patrimônio municipal. Em troca, o CSE estampa a marca do Município em destaque nas camisas dos times, o principal e os da base. Como as despesas dos clubes como um todo aumentam durante o Campeonato Alagoano de Futebol, a Lei estabelece que compete ao Município os repasses durante todo o ano. Cabe destacar que a manutenção financeira do CSE não é de competência exclusiva do poder público. Portanto, cabe aos seus dirigentes angariar outros recursos junto ao setor privado para ajudar em sua manutenção, prática adotada por diversos times em todo o Brasil. Nenhum time esportivo consegue manter-se unicamente com recursos públicos. A prática mostra que essa dependência não é benéfica para o esporte. Deixo claro que o CSE é uma instituição privada, com CNPJ próprio, que tem como maior patrocinador a Prefeitura de Palmeira dos Índios. Mesmo com as mudanças no organograma municipal, os repasses públicos não deixaram de ser feitos ao time.

EA – Nos últimos dias, a secretaria foi alvo de críticas nas redes sociais por supostamente não ter providenciado alimentação para o time Sub-20 que participa do Campeonato Alagoano da categoria. O que de fato aconteceu, secretário?

FT – Falta de aviso por parte da diretoria do CSE. A única solicitação que chegou à secretaria foi de R$ 1.500 para a locação de um ônibus para a cidade de União dos Palmares, onde aconteceu uma partida contra o Zumbi que venceu o time palmeirense por 3 x 0. O pagamento foi efetuado normalmente pelo município. No documento que recebemos não havia nenhuma menção a despesas com alimentação. Por isso, causou surpresa e indignação em nós quando soubemos que a Prefeitura foi responsabilizada por terceiros, alheios à Diretoria do time, mas interessados politicamente no time, pela péssima alimentação dada aos jovens atletas. A responsabilidade, se isso ocorreu de fato, não é do Município. Da forma irresponsável como a notícia falsa foi propagada nas redes sociais, passaram a informação de que tivemos descaso com jovens atletas que estão em busca da realização dos seus sonhos. E esse tipo de maldade é inadmissível para nós, que realmente temos comprometimento com o desporto e tudo envolvido nele.

EA – Outro ponto polêmico envolvendo o esporte amador envolve o Estádio Municipal de Palmeira dos Índios. Qual providência pode ser tomada para resolver os problemas?

FT – O município é responsável pela folha de pagamento de quem trabalha no Estádio Municipal. Aconteceram, de fato, alguns contratempos. Porém, assim que fomos comunicados, já tomamos as providências. A principal delas é a mudança na administração do local, o que já foi, inclusive, confirmado pelo prefeito Júlio Cezar. A medida acontece como forma de intervenção e prevenção para evitar novos acontecimentos negativos. A política da gestão atual é de valorização do desporto como um todo.

EA – Secretário, por falar em valorização, quais iniciativas são apoiadas ou incentivadas pelo Município?

FT – Ótima oportunidade para falar sobre o apoio crescente do prefeito Júlio Cezar à prática de esportes em nossa cidade, que vai do amador ao profissional. Desenvolvemos, mesmo com pouco tempo de criação, várias ações próprias e também apoiamos diversas outras desde 2017. Podemos citar com orgulho que nosso incentivo não é apenas ao futebol, amador ou profissional. Podemos citar a Super Copa Rural, os passeios ciclísticos, Jogos das Escolas Municipais de Palmeira dos Índios, torneios de Futebol de Salão, Xadrez, corridas e cursos de arbitragem.

Também apoiamos o Circuito de Aventura Princesa do Sertão, Copa Vegas Sub 17, Copa Master AFAP, Taça LIFS, Copa Integração de Futsal, Copa Princesa do Sertão de Futsal e também a de Handebol. Realizaos o Projeto Caminho Suave, os Jogos da Amizade, apoia atletas, como a dupla de Futvôlei Tiago e Romário, e a atleta de handebol, Milena Barros.

Além dos apoios e das realizações, também distribuímos uniformes completos para times e atletas amadores. O Município também construiu e efetuou melhorias em quadras poliesportivas, algumas já reinauguradas. Outras obras ligadas à prática esportiva estão em andamento.

EA – Quais as próximas ações da recém-criada secretaria Executiva de Esporte, Lazer e da Juventude?

FT – O Plano de Ação da Secretaria está pronto e será implantado já agora no segundo semestre e envolve 14 modalidades esportivas distintas. Lembramos que toda a gestão municipal tem o compromisso de trabalhar para o fomento e o desenvolvimento do desporto de Palmeira dos Índios e também do CSE que irá disputar a Segunda Divisão do Campeonato Alagoano de Futebol em breve. Torcemos que os problemas internos do CSE sejam solucionados o quanto antes pela sua diretoria.

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