Traficante tinha arma da Polícia Civil e usava a família para os crimes

Claudemir Francisco Maciel, conhecido pelo apelido de “Deivinho”, que morreu durante operação deflagrada na manhã desta terça-feira (21), tinha grande influência no tráfico de drogas, era um dos responsáveis por tramar ataques a banco e, para articular as investidas, ainda usava a própria família. Durante entrevista coletiva, a polícia informou que ele [o suspeito] usava uma pistola que pertence ao patrimônio da Polícia Civil. As autoridades dizem que a arma foi roubada.

Foram presas Daniele Eliane Galdinho, esposa de Claudemir, e os dois irmãos dele: Clara Núbia Maciel e Wellington Francisco Maciel. Também foi detido um homem identificado como Ailton (a polícia está averiguando se a identificação é verdadeira ou falsa).

Este Airton é do Mato Grosso e a polícia acredita que ele era responsável pelo refino e manipulação da droga apreendida, avaliada em R$ 400 mil caso fosse vendida.

A investigação que culminou nos trabalhos de hoje iniciou no começo do ano para prender um grande traficante. Este, de acordo com a polícia, era apontado em lavagem de dinheiro por meio de seus familiares. Durante a apuração, foi descoberto que um apartamento na Ponta Verde servia para manipular drogas a serem vendidas.

Tudo iniciou a partir de uma série de ataques à agência bancária do Banco do Brasil por pessoas do Mato Grosso. A polícia constatou que Claudemir era o financiador do grupo e tinha relação com grupo de assaltantes e traficantes do estado do Centro Oeste.

“Eles faziam arrombamento na lateral da agência e introduziam um equipamento que desestabiliza os sensores do local. Ao chegar ao cofre, eles utilizavam discos de serra e martelete. Era um alvo que tinha como ilícitos não só os arrombamentos a banco, mas, também, o tráfico de cocaína”, disse o delegado Cayo Rodrigues.

A Polícia Federal atuou para investigar a lavagem de dinheiro e identificou uma quantidade grande de bens e os imóveis na Ponta Verde, Jatiúca e também em Pernambuco, além de carros de luxo, que foram apreendidos nesta operação.

ROUBOS A BANCOS

O delegado disse que o arrombamento das agências do Banco do Brasil da Tomás Espíndola e da Durval de Góes Monteiro tem relação com o grupo preso nesta terça.

“O Deivinho era o financiador desse grupo. Os indivíduos que foram flagrados nas operações que a gente realizou meses atrás vieram a mando do Devinho. Eram as pessoas que entravam nas agências e faziam a subtração do dinheiro, mas sob a coordenação de presidiários do Mato Grosso e do Deivinho. Ele tem uma relação direta com esse grupo, era quem fornecia toda a logística, financiamento. Não por acaso a gente encontrou o material que era utilizado nas ações nas buscas de hoje”, disse o delegado Cayo Rodrigues.

A esposa do traficante foi presa por lavagem de capitais. “O Deivinho se utilizava de parentes realizar a lavagem de dinheiro. Ele criava empresas em nome de parentes pra poder ocultar o patrimônio que ele tinha. Como ele não tinha nenhuma fonte de renda lícita, ele precisava que alguém aparecesse no lugar dele como empresários. A esposa e dois irmãos dele tinham a função de ocultar o patrimônio real do principal investigado”, informou o delegado Gustavo Gatto, da Polícia Federal.

“Essa droga hoje para ser comercializada em grosso, da forma como está aí, gira em torno de R$ 400 mil, já que eles vendem numa média de R$ 18 mil a R$ 20 mil o quilo. No mercado final, após fracionado para a comercialização, você pega esse valor triplicado. Isso pode chegar a R$ 1 milhão no mercado final, após a comercialização no varejo”, afirmou o delegado Gustavo Henrique, da Delegacia de Narcóticos.

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