Liberdade de imprensa indica saúde de um país, diz papa Francisco

Em discurso para a Associação de Imprensa Estrangeira na Itália, o papa Francisco prestou tributo a jornalistas mortos no exercício da função e disse que a liberdade de imprensa é um indicador chave da saúde de um país.

O líder católico instou jornalistas a expor notícias falsas e a continuar a fazer reportagens em prol de pessoas que sofrem, mas não renderiam mais manchetes —ele mencionou as populações rohingya e yazidi, minorias perseguidas no Mianmar e no Iraque, respectivamente.

papa aperta mão de mulher em frente a plateia

 

“Eu ouvi com dor às estatísticas sobre seus colegas mortos enquanto faziam seu trabalho com coragem e dedicação, para reportar o que acontece em guerras e em situações dramáticas nas quais vivem tantos de nossos irmãos e irmãs”, afirmou.

A presidente da associação, Patricia Thomas, havia mencionado em uma fala anterior à de Francisco a jornalista Lyra Mckee, morta enquanto cobria um tumulto na Irlanda do Norte, e Jamal Khashoggi, colunista do Washington Post morto no consulado saudita de Istambul no ano passado.

O papa continuou com uma defesa do trabalho jornalístico, diante de cerca de 400 profissionais da mídia internacional.

“A liberdade de imprensa e de expressão é um indicador importante do estado de saúde de um país. Não vamos esquecer que uma das primeiras coisas que ditaduras fazem é remover ou mascarar essa liberdade”, afirmou. “Precisamos de jornalistas que estão ao lado das vítimas, daqueles perseguidos, do lado dos excluídos, discriminados”.

Em uma aparente referência ao papel da mídia na investigação dos casos de abuso sexual dentro da Igreja Católica, ele disse: “A Igreja os estima também quando colocam o dedo em uma ferida, mesmo se esta ferida é na comunidade da Igreja”.

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