Museus de Palmeira dos Índios: Histórias, lembranças e fatos; Veja documentário
O Dia Internacional dos Museus é comemorado anualmente em 18 de maio. O objetivo desta data é incentivar a população ao hábito de visitar e apreciar os museus, seja de arte moderna, clássica ou contemporânea,
O Estadão Alagoas reprisa o documentário sobre os museus de Palmeira dos Índios neste sábado (18).
Casa Museu Graciliano Ramos
A antiga casa branca com janelas azuis do romancista Graciliano Ramos foi transformada em museu há pouco mais de 40 anos. Ele viveu no local nos anos em que se dedicou à política, outra das suas paixões.
Embora a fachada, hoje pintada em tom amarelo tenha desfigurado a tradição, o local exibe objetos pessoais e raridades do autor, como manuscritos, roupas, documentos e sua máquina datilográfica, comprada em 1921, na qual escrevia suas histórias.
As peças foram doadas pela viúva Heloísa Ramos e, entre elas também estão fotos, capas de primeiras edições de seus livros, o manuscrito do romance “Infância” e versão original em braile do livro “Angústia”, por exemplo.
Nos fundos da propriedade há um pequeno centro cultural e locais para eventos, com algumas salas e um auditório. Um dos cômodos foi adaptado para retratar o ambiente do romance Vidas Secas, publicado em 1938.
Museu Xucurus
Também na cidade, a velha locomotiva francesa dá as boas vindas aos visitantes do Museu Xucurus, inaugurado em 1971. Ele foi instalado na secular Igreja de Nossa Senhora do Rosário, erguida pelos escravos entre os anos de 1803 e 1805.
A igreja foi construída em plena época da escravidão, já que os negros escravos não podiam frequentar o mesmo local que os brancos.
No térreo fica o acervo sacro. A peça mais antiga é a imagem do Bom Jesus da Boa Morte, que veio da Europa e tem mais de 200 anos. As características da igreja foram mantidas, como uma edição da Bíblia toda em Latim.
Embaixo do pesado sino de bronze, trazido de Pão de Açúcar e quebrado pelo bando do cangaceiro Lampião, está o cofre que pertenceu à Prefeitura de Palmeira dos Índios de 1890 a 1973. Uma bata branca manchada de sangue foi a mesma usada pelo frei Antônio Fernandes de Amorim, assassinado em 1954.
Já no primeiro andar, mais curiosidades, como fotos e outros pertences do menor homem do mundo que media 94 centímetros e viveu até os 24 anos de idade.
Do acervo de mais de duas mil peças ainda faz parte uma pedra avermelhada descrita pelos moradores como um meteorito, além da batina usada pelo ator Jofre Soares ao interpretar o padre Cícero no cinema, um gibão que pertenceu à Luiz Gonzaga, vestes e objetos dos povos indígenas e negros africanos, além de troncos usados para castigar os escravos.
Em breve, o Museu Xucurus deverá mudar de lugar. Todo o acervo deverá ser levado ao prédio da Biblioteca Municipal, às margens da linha do trem.
O Museu Xucurus também funciona todos os dias da semana, das 8 às 5 da tarde e fica localizado na Praça do Rosário, centro da cidade.