Dólar sobe para R$ 4,028 e atinge máxima do ano
O dólar bateu os R$ 4,028 durante o pregão desta quinta-feira (16). O patamar é o maior já atingido pela moeda americana neste ano. Às 14h42, o papel amenizou alta, cotado a R$ 4,0180, valorização de 0,5%.
A alta do dólar é impulsionada pela valorização da moeda no exterior. O DXY, índice que mede a força do papel americano frente as principais moedas mundiais, sobe 0,23%.
A queda da Bolsa brasileira também impulsiona a valorização. O Ibovespa, maior índice acionário do país, tem queda de 0,47%, a 91.184 pontos.
A máxima do dólar durante o pregão é a maior desde 1º de outubro de 2018, último dia útil antes do primeiro turno das eleições presidenciais, quando a moeda chegou a R$ 4,0650, mas fechou a R$ 4,0190. A época marcou o início da desvalorização da divisa, com a confiança dos investidores na eleição de Jair Bolsonaro (PSL).
Na véspera, a moeda também operou acima dos R$ 4 durante toda a manhã. Nova derrota do governo Bolsonaro na Câmara e dados negativos da economia brasileira preocupam investidores.
Na terça (14), oposição e centrão aprovaram a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para o plenário da Câmara prestar esclarecimentos do bloqueio de R$ 7,3 bilhões na pasta aos 513 parlamentares.
Inicialmente, Weintraub falaria na comissão de educação, mas foi surpreendido pela convocação. A intenção do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, era derrubar a deliberação e impedir que o ministro fosse obrigado a vir, mas foi derrotado por 307 votos a 82.
O episódio deixa investidores cautelosos com a aprovação da reforma da Previdência, que depende da boa articulação do governo com o centrão.
Os últimos dias também foram marcados por protestos contra o governo, particularmente contra cortes de verbas em universidades, além de investigações envolvendo o filho do presidente, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ)
“Os protestos alimentam receios de que a leitura de fraqueza do atual governo possa estar se disseminando, fortalecendo a oposição e naturalmente dificultando a agenda de reformas, com óbvio foco na PEC da Nova Previdência”, avaliou a corretora H.Commcor, em nota.
Do front externo, a disputa comercial entre EUA e China segue pressionando mercados e moedas emergentes. O embate ganhou um novo capítulo após o governo americano atingir a chinesa Huawei com sanções.
A tensão deve permanecer até a reunião do G20, no fim de junho, quando o presidente americano Donald Trump encontrará com o presidente chinês Xi Jinping. Até lá, a questão continuará fazendo preço nos mercados a depender das declarações e ações de ambas as partes.
(Com Reuters)