Ex-servidor da Câmara de Maceió já foi denunciado por estupro há mais de 20 anos, diz delegada da Mulher

O ex-servidor da Câmara de Vereadores de Maceió, Benício Vieira de Lima, preso no começo da semana por cometer estupro em série, já foi denunciado pelo mesmo tipo de crime há mais de vinte anos. A informação foi repassada ao AL2 desta terça-feira (16) pela Delegacia da Mulher.

“Nós descobrimos que no ano de 1996, esse mesmo indivíduo, ele praticou crime de estupro. Quanto mais denúncias, mais procedimento policial e mais tempo ele vai ficar preso”, disse a delegada da Mulher, Cássia Mabel.

A defesa de Lima informou à TV Gazeta que só vai se manifestar no processo judicial.

O suspeito foi exonerado do cargo pelo presidente da Câmara de Maceió, Kelmann Vieira (PSDB). Ele ocupava a assessoria em manutenção, segurança e demandas gerais do gabinete do vereador Chico Filho (PP), que disse que o caso o deixou surpreso, já que Lima era uma pessoa de confiança da família.

Também nesta terça, 11 mulheres foram chamadas pela Polícia Civil de Alagoas (PC-AL) para fazer o reconhecimento do suspeito.

“Eu estava indo para escola e ele parou o carro perto de mim, desceu, colocou a arma perto da minha cabeça e me obrigou a entrar dentro do carro. [Ele] me levou para um local onde eu não via nenhuma casa, só mato e me obrigou a fazer o que você já sabe”, contou uma das vítimas à reportagem.

A identificação de Lima por parte das vítimas foi conduzida pela delegada Adriana Gusmão na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro da Chã de Bebedouro. Ela disse à TV Gazeta que alguns procedimentos vão ser concluídos nesta quarta (17).

“Já temos vários procedimentos em curso na delegacia. Alguns já vão ser concluídos para encaminhar para o Poder Judiciário e Ministério Público [MP-AL]”, falou a delegada Adriana.

Alguns parentes das vítimas que participaram do procedimento na delegacia estavam revoltados com a situação. Segundo a polícia, mais pessoas denunciaram que também foram abusadas sexualmente por Lima depois da repercussão dos casos.

“A [vida] da minha filha acabou. Eu só quero que ele apodreça na cadeia, que ele pague pelo que fez. Ele tem filho, tem filha. Ele tem mulher, tem neto. Deveria ter vergonha. Eu quero que ele apodreça lá [na prisão]”, disse o pai de uma das vítimas.

O suspeito nega as acusações. “Não fiz nada disso. As pessoas com quem eu trabalho sabem”, disse Lima.

A polícia disse ainda que há pelo menos 19 crimes sendo investigados contra o ex-servidor. As vítimas tinham entre 11 e 18 anos. Ele foi preso em casa na última segunda (15), no bairro de Guaxuma.

Uma das vítimas, uma adolescente de 14 anos, contou que “se não fizesse o que ele pedisse, ele ia me matar“. Outra vítima, de 22 anos, conseguiu escapar do suspeito depois de conversar com ele sobre filhos e família.

Segundo elas, o suspeito apareceu em um carro e dizia que estava armado. Com a ameaça, as vítimas eram obrigadas a entrar no veículo.

As investigações apontam que as mulheres eram abordadas no bairro do Feitosa ou Jacintinho e levadas para um imóvel alugado pelo Legislativo na Avenida Rotary.

Vítimas fizeram o reconhecimento do suspeito na Delegacia de Homicídios de Maceió — Foto: Reprodução/TV GazetaVítimas fizeram o reconhecimento do suspeito na Delegacia de Homicídios de Maceió — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Vítimas fizeram o reconhecimento do suspeito na Delegacia de Homicídios de Maceió — Foto: Reprodução/TV Gazeta

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