Tumulto marca cadastro de auxílio-moradia para famílias do Pinheiro, em Maceió
Alguns moradores do bairro do Pinheiro afirmaram terem sido pegos de surpresa na manhã desta quarta-feira (10) durante o cadastramento para receber o auxílio-moradia de R$ 1 mil por mês. Eles relatam que foram impedidos de se cadastrar porque suas casas não estão no mapa de riscos, mesmo morando em ruas divulgadas no cronograma da Defesa Civil.
De acordo com Tânia Morais, moradora da Rua Miguel Palmeira, que está inserida no mapa de risco ela foi impedida de fazer o cadastro porque a Defesa Civil alega que o imóvel onde ela vive com a família não está dentro da área de risco.
“Quando cheguei aqui e fui passar pela triagem fui informada que minha casa não estava na relação e que a rua é extensa e por isso apenas algumas casas estão no mapa. Eles querem me dizer que se as casas desmoronarem a minha não vai? O desencontro de informações é grande. Nós já estamos passando por esse tormento psicológico e ainda corremos risco de perder a casa”, conta a moradora.
Os moradores do bairro relataram que houve confusão na Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), no Poço, onde estão sendo feitos os cadastros. Mas o tumulto foi controlado rapidamente.
O órgão informou que as equipes estão seguindo a relação disponibilizada, que é baseada no mapa das feições feito pelo Serviço Geológico do Brasil.
“Não colocamos [no site] o número [das casas] porque seria rotular demais. Mas, visto o problema que foi causado, nós vamos disponibilizar além das ruas, os números das casas também”, afirmou Joanna Borba, coordenadora de Ação Social da Defesa Civil.
Lucilda Fernandes é uma das pessoas que foi acompanhar a mãe de 86 anos e também não conseguiu se cadastrar.
“A minha mãe tem uma casa que pega duas ruas do bairro, o problema é que apenas uma delas está no mapa. Eles alegam que a frente da casa está em uma área considerada branca e por isso, mesmo que a parte de trás da casa chegue em uma rua que está em risco, ela não pode se cadastrar, porque o que vale é o endereço que está na prefeitura”, disse.
Ela afirma que teve que abandonar a casa sem a assistência da prefeitura, mas a mãe não tem condições para isso.
“Minha mãe tem 86 anos e não tem condições nenhuma de pagar um aluguel fora dali. As pessoas com recursos financeiros um pouco maior ainda conseguem, mas e ela? Eu e minha irmã já estamos pagando nosso aluguel por conta própria, não podemos pagar para ela também”, relata Lucilda.
Moradores do Pinheiro reclamam que não conseguem fazer cadastro na Semas para receber auxílio-moradia — Foto: Thamires Ribeiro/G1
G1