Bolsonaro empossa Abraham Weintraub como novo ministro da Educação

Bolsonaro empossa Abraham Weintraub como novo ministro da Educação

O presidente Jair Bolsonaro empossou nesta terça-feira (9) o economista Abraham Weintraub como ministro da Educação. O novo titular da pasta substituiu no cargo o professor Ricardo Vélez Rodríguez.

A cerimônia de posse foi realizada no Palácio do Planalto no dia seguinte ao anúncio da demissão de Vélez Rodríguez e da escolha de Weintraub para sucedê-lo à frente do MEC.

A exoneração de Vélez e a nomeação de Weintraub foram publicadas em edição extra do “Diário Oficial da União” de segunda-feira (8).

Foi a segunda demissão na equipe ministerial de Bolsonaro – o primeiro exonerado foi Gustavo Bebianno na Secretaria-Geral da Presidência.

Em seu discurso após ser empossado, o novo ministro da Educação disse que o foco da pasta será “principalmente com a população” e que é preciso “melhorar o serviço” prestado pelo ministério.

Segundo ele, nos últimos 16 anos, 65% dos 11 ministros da Educação que vieram antes dele tinham filiação partidária.

“Eu não tenho filiação partidária. Eu tenho convicções políticas e elas guiam os meus passos, mas eu, Abraham, não estou acima do mandato que o presidente recebeu”, afirmou Weintraub.

“O que trago de diferente dos ministros anteriores: não sou filiado a partido político, sou um técnico, professor universitário, de uma universidade de muito renome. […] Tenho capacidade de gestão para entregar o resultado”, complementou.

O novo ministro disse que agora, após a crise no MEC que levou à demissão de seu antecessor, o objetivo é “acalmar os ânimos, colocar a bola no chão”.

“Tem gente que fala que sou muito radical. Não sou radical, eu sou aberto ao diálogo. Enquanto você não ameaçar a vida a integridade física de alguém, eu estou aberto ao diálogo”, disse o novo chefe do MEC.

Bolsonaro

O presidente também discursou na solenidade. No discurso, Bolsonaro disse que o novo ministro da Educação terá “carta branca” para nomear a sua equipe no ministério.

Ele disse que espera que o “time da educação jogue para frente” para que, ao final do seu mandato, em 2022, o Brasil não esteja ocupando os últimos lugares no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa).

“Ele [Abraham], assim como os demais ministros que estão aqui, tem carta branca para escolher todo o seu primeiro escalão. Porque nós temos, no final das contas, que esperar que esse time da Educação jogue para frente. Não só busque a inflexão no tocante à educação, bem como, no final do nosso mandato, se Deus quiser, em 2022, nós possamos ter uma garotada que não esteja ocupando os últimos lugares no Pisa”, disse Bolsonaro.

“Nós queremos que não mais 70% dessa garotada não saiba fazer uma regra de 3 simples, não saiba interpretar textos, não saiba responder perguntas básicas de ciências”, complementou o presidente.

Perfil

Apoiador de Jair Bolsonaro na campanha eleitoral, Abraham Weintraub trabalhou na equipe de transição do presidente e ocupava, antes de assumir o MEC, a secretaria-executiva da Casa Civil, segundo cargo mais importante na estrutura da pasta.

Assim como o irmão Arthur, que também atua no governo, Abraham foi apresentado a Bolsonaro pelo atual ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que também estava presente à cerimônia de posse.

Abraham é formado em ciências econômicas pela Universidade de São Paulo (1994). Ele é mestre em administração na área de finanças pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e professor licenciado da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Na iniciativa privada, trabalhou no Banco Votorantim por 18 anos, onde foi economista-chefe e diretor, e foi sócio na Quest Investimentos.

De acordo com o colunista do G1 Valdo Cruz, a nomeação do economista para o MEC, segundo assessores diretos de Bolsonaro, funciona como uma solução de meio termo para apaziguar os ânimos de militares e do escritor Olavo de Carvalho, que disputavam nos bastidores quem iria fazer o sucessor de Ricardo Vélez Rodríguez.

Gestão Vélez Rodríguez

Colombiano naturalizado brasileiro, Vélez Rodríguez tomou posse no cargo de Ministro da Educação em 1º de janeiro e enfrentava uma “guerra interna” provocada por desentendimentos entre militares e seguidores do escritor Olavo de Carvalho.

Durante a gestão, foram pelo menos 13 demissões no alto escalão do ministério.

Em pouco mais de três meses de gestão, o agora ex-ministro colecionou uma série de polêmicas, entre as quais:

Disse que quer mudar os livros didáticos para revisar a maneira como tratam a ditadura militar e o golpe de 1964.

Anunciou a demissão do secretário-executivo da pasta diante da “guerra” no ministério. Depois trocou os substitutos e também demitiu o presidente do Inep;

Pediu a escolas que filmassem alunos cantando Hino Nacional e enviassem o vídeo ao MEC. Depois, voltou atrás;

Disse em entrevista que o brasileiro parece um “canibal” quando viaja ao exterior. Depois, disse ter sido “infeliz” na declaração;

Afirmou que a universidade não é para todos.

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