Bispo alagoano gera polêmica após afirmar que gostaria de dar veneno a cantor
Com a presença de Joseita Brilhante Ustra, viúva do coronel Brilhante Ustra, o bispo alagoano dom José Francisco Falcão chamou a atenção, durante a missa no último domingo (31 de março), ao comentar, na homilia, que “gostaria de dar veneno de rato” para o Caetano Veloso.
A celebração aconteceu na Paróquia Militar de São Miguel Arcanjo e Santo Expedito, em Brasília.
José Francisco Falcão é natural de Paulo Jacinto e foi ordenado pela Arquidiocese de Palmeira dos Índios.
Segundo informações da coluna Radar, da revista Veja, ao tratar de disciplina e hierarquia, o bispo disse que até mesmo as liberdades têm suas restrições. E citou a canção de Caetano Veloso “É proibido proibir”.
“E tem um imbecil que nos anos 70 cantou que é proibido proibir. Gostaria de dar veneno de rato para ele”, relatou o bispo.
O comentário gerou revolta nas redes sociais. A esposa de Caetano, Paula Lavigne usou sua conta no Twitter para comentar o caso.
“Ainda bem q Dona Canô não está viva pra ver isso! Q vergonha pra igreja católica, um Padre querer matar uma pessoa? O q está acontecendo? Coitado de @caetanoveloso ainda ter q passar por isso depois de tudo q viveu na ditadura militar?!!!!! #Chocada” (sic).
A revista Fórum reproduziu texto em que dom José Francisco comenta sobre o episódio. A mensagem foi publicada nas redes sociais. “Em nenhum momento do transcurso da Missa fez-se alusão ao nome de qualquer cantor ou compositor”, explicou o bispo.
“No transcurso da homilia, gravada em áudio, que comentou exclusivamente as leituras litúrgicas, ao se falar da atitude do filho pródigo ao abandonar a casa do Pai, em busca de uma liberdade sem proibição, aludiu-se ao correto significado de ‘liberdade’, que comporta um conjunto de restrições, portanto de proibições; de fato, dos dez mandamentos da Lei de Deus, seis são proibições. Daí que, na visão cristã, não se pode falar de “liberdade” e, ao mesmo tempo, de ‘proibição à proibição'”, relatou o bispo.
Ele também negou que, durante o “transcurso da Missa falou-se de ‘ditadura'” ou de “golpe”.
A Gazetaweb tenta contato com a arquidiocese, mas, até o momento, não obteve sucesso.