Por que a percepção do tempo se acelera com a idade, a ciência responde
Ah, como o tempo passa! E quanto mais ele passa, mais temos a impressão… que ele passa rápido. Pesquisadores conseguiram descobrir as origens do que provoca a sensação de aceleração do tempo para nós, e elas estão no nosso cérebro.
“As pessoas ficam geralmente espantadas ao se lembrarem dos dias que pareciam durar uma eternidade em suas juventudes. Isso não significa que aquele tempo passado era de maior intensidade ou de maior significância, mas ele simplesmente foi tratado de forma sucessiva [pelo cérebro]”, explica Adrian Bejan, da Universidade Duke, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
Processos que desaceleram
Ao longo de uma publicação lançada na revista European Review, o cientista revela efetivamente que a evolução da nossa percepção do tempo que passa está ligada à desaceleração dos processos ao longo dos quais o cérebro trata as imagens. Um reflexo do envelhecimento cerebral observável diretamente no interior do nosso encéfalo.
Ao longo da sua maturação, nossas redes de nervos e de neurônios crescem e se complexificam, tornando assim mais sinuoso o caminho percorrido pelos sinais elétricos que circulam por ali. Além desse trajeto cada vez mais complexo, os sentidos da informação que atravessa nossas cabeças acabam também se degradando, colocando assim um mais obstáculos na passagem dos sinais elétricos.
Mesmo filme, mas com menos imagens
As imagens mentais que nosso cérebro percebe e trata acabam então entrando em um ritmo menos acelerado. A prova disso, segundo Adrian Bejan é que: os olhos das crianças apresentam movimentos muito mais frequentes que os dos adultos. Um sinal, de acordo com ele, que eles percebem e tratam informações em maior número que os mais velhos.
Igual a um filme em que tiramos as imagens, a vida parece então se acelerar ao envelhecermos. “A mente humana percebe a evolução do tempo quando as imagens captadas mudam. O presente é diferente do passado porque a visão mental mudou, e não porque o relógio de alguém despertou. Os dias parecem durar mais tempo na nossa juventude porque a mente jovem recebe mais imagens ao longo de um dia que a mesma pessoa numa idade avançada“, conclui Adrian Bejan. Esse é o tempo que corre e não para..