ALE deve abrir CPI para investigar “golpe dos diplomas”

Assessoria

Durante a sessão especial na Assembleia Legislativa nesta sexta-feira (22), foi debatida a atuação de faculdades fantasmas em Alagoas, responsáveis pelo “golpe do diploma”.

A sessão que acontece na Assembleia Legislativa foi proposta pelo deputado Marcelo Beltrão (MDB), visando buscar soluções para o problema que lesou milhares de estudantes alagoanos. Como resultado da Sessão Especial, o deputado Marcelo Beltrão afirmou que vai protocolar um requerimento para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o golpe dos diplomas no Estado.

Durante mais de cinco horas, estudantes de vários municípios e diversas autoridades debateram sobre os problemas causados pelas faculdades. Com depoimentos emocionados e em tom de revolta, alunos que não conseguiram concluir os cursos e outros já graduados comoveram os presentes relatando algumas de suas histórias.

“Me formar sempre foi um sonho e ainda é. Mas, agora é um sonho que foi frustrado. Hoje eu poderia estar formada, participando e concursos e aceitando ofertas de empregos que já recebi, mas não posso”, disse a estudante de Serviço Social, Suzete Granjeiro, moradora do município de São Sebastião.

De acordo com o promotor Lucas Carneiros, coordenador do Núcleo de Defesa da Educação do Ministério Público Estadual, o órgão já vem investigando alguns casos e orientou que os estudantes lesados pelas faculdades procurem as promotorias municipais para que o MPE possa iniciar outras investigações.

“No dia 8 de outubro, o MEC cancelou 67 mil diplomas. Destes 47 mil eram de pedagogia. Não se culpem. Os culpados são outros. Procurem a promotorias dos seus municípios para que o órgão comece a investigar. Na coordenação nos já estamos fazendo isso”, disse o promotor.

A procuradora do Ministério Público Federal, Niedja Kaspary, alertou sobre o tamanho do problema, lembrando que há vinte anos casos semelhantes ocorreram em São Paulo. De acordo com a procuradora, além de investigar e punir os culpados, é necessário um trabalho de informar a população.

“O caso está espalhado e nós temos que unir forças para investiga. Mas também é preciso fazer um trabalho para informar as pessoas. Mostrar que tem como checar se a faculdade está credenciada, se é reconhecida. Temos que trabalhar unidos e esta iniciativa do deputado Marcelo Beltrão foi muito importante”, disse a procuradora.

A proposição da instalação de uma CPI teve o apoio do Ministério Público Federal e Estadual, OAB, Conselho Estadual de Educação, Conselhos Regionais de Serviço Social e Educação Física, Febracon, e diversas outras instituições participantes, que se colocaram à disposição dos alunos e do deputado. O Movimento Diploma legal também se destacou a importância de unir forças em prol dos alunos prejudicados.

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