Estudantes estão arrependidos das postagens, segundo advogado do Cristo Redentor

A manhã de susto e alguma correria no Centro Educacional Cristo Redentor, em Palmeira dos Índios. Tudo começou após o compartilhamento em redes sociais de supostas ameaças feitas por dois estudantes do ensino médio da instituição, um de 16 e o outro de 17 anos.

Assim que tomou conhecimento da situação, a direção da escola identificou os estudantes e convocou os pais para uma reunião. Os dois confirmaram que efetuaram as postagens, mas disseram não se tratar de ameaças.

De acordo com o assessor jurídico da instituição de ensino, Fabiano Passos, todas as medidas cabíveis foram tomadas, como forma de reforçar a segurança da comunidade escolar. “Os dois foram suspensos. De imediato, após vermos as imagens e ouvir os áudios, acionamos o Ministério Público. Não poderíamos ser negligentes”, destacou.

“Eles [os estudantes] mostraram arrependimento e vergonha. Não esperavam a repercussão, já que, segundo eles, não havia relação das postagens com algum outro caso de violência em escola”, salientou, sem querer fazer ligação do caso com o massacre na Escola Raul Brasil, em Suzano (SP), na semana passada, quando 10 pessoas morreram após um ataque de dois ex-estudantes na unidade de ensino.

O assessor confirmou as idades dos alunos e confirmou que uma estudante também foi ouvida, após denúncia de seu suposto envolvimento no compartilhamento de ameaças. “Os envolvidos são menores e não poderíamos ser inconsequentes. Tivemos todo o cuidado em levantar os fatos”, explicou.

Para ele, a situação causou surpresa nos pais e principalmente no corpo educacional da escola, já que os estudantes foram apontados como disciplinados e sem ficha negativa. “Surpreendeu a todos, sim. É uma situação atípica e infelizmente aconteceu na instituição que tem 75 anos de serviços prestados à educação em Palmeira dos Índios”, frisou.

SUSTO GRANDE

Logo no início da manhã, alunos e pais que já estavam no centro educacional foram levados à sala de vídeo. A equipe educacional conversou com todos e, por medida de segurança, todas as mochilas foram revistadas e nada foi encontrado, conforme disse o assessor jurídico.

O susto com as mensagens e os áudios foi tamanho que alguns, ao tomarem conhecimento, não permitiram que os filhos saíssem de casa. Outros foram à escola e retiraram os filhos da sala de aula, segundo informações colhidas pelo Estadão Alagoas.

A direção realizou uma reunião com os responsáveis presentes e explicou os procedimentos adotados. Mesmo assim, alguns pais teriam ido à delegacia e prestado queixa sobre o acorrido. A informação não foi confirmada pela Polícia Civil.

DESABAFO DE PAI

O professor Jorge Castro é pai de um dos adolescentes envolvidos na situação. Em uma rede social, ele mostrou-se indignado com a situação e defendeu o filho. “Meu filho não é terrorista. Nem tão pouco coloca ninguém em risco. O que publicaram nas redes sociais é mentira. Meu filho nunca mexeu com filho de ninguém. Nunca teve problemas em nenhuma esfera”, desabafou.

Em outra postagem, ele continuou seu desabafo. “Usaram o nome dos alunos de forma criminosa. Isso é uma injustiça e vamos resolver da melhor maneira possível, caso não seja esclarecido”, disse, ao revelar sua indignação

REUNIÃO

Na tarde de hoje, às 15 horas, acontece uma nova reunião entre a escola, pais e responsáveis, com a finalidade de esclarecer os fatos já apurados e quais as providências tomadas pela escola.

O promotor de Justiça Sérgio Vieira Leite, que atua na área da Infância e Juventude, confirmou que, também pela tarde, uma reunião deve acontecer na sede do MP na cidade, com representantes do colégio.

A MÚSICA “POLÊMICA”

Uma das postagens que causou o pânico é da música Pumped Up Kicks, da banda de rock norte-americana Foster the People, muito conhecida entre o público adolescente do mundo inteiro. Num trecho, a letra diz “é melhor vocês correrem, correrem, correrem, mais rápido que a minha arma”, o que também causou todo o temor em quem viu e preferiu desvirtuar a letra do seu contexto.

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