Acusado de matar ex-esposa é condenado a 17 anos e dez meses em regime fechado

Alderban de Souza Ferreira, acusado de matar a ex-esposa Jaciara Nicácio dos Santos, na Lagoa do Pau, em Coruripe, foi condenado a 17 anos e dez meses de prisão em regime fechado por homicídio doloso e triplamente qualificado.

No julgamento, que foi realizado na 1ª Vara de Coruripe nesta quinta-feira (14), o acusado relatou que cometeu o crime movido por “fúria”.

Segundo a Ministério Público de Alagoas (MP-AL), apesar da condenação, os promotores Hylza Paiva e José Antônio Malta Marques vão recorrer da decisão por acharem que cabe pena máxima pelo crime cometido por Ferreira.

“Um dever cumprido com a justiça plenamente realizada, principalmente neste mês em que se comemora o internacional da mulher. E este crime aconteceu de forma tão bárbara, com requintes de crueldade, comprovando ainda o feminicídio, que a absolvição do réu, pra mim, seria matar a esperança de uma sociedade. No entanto, apesar de vê-lo retornar ao presídio, ainda saio inconformada com a pena aplicada e vamos recorrer para chegarmos a pena máxima”, afirmou a promotora Hylza.

O crime aconteceu em abril de 2017. O corpo da vítima foi encontrado na Lagoa do Pau, no município de Coruripe. Dias depois, Ferreira chegou a confessar o crime em depoimento à Polícia Civil no dia em que foi preso.

O MP disse ainda que o acusado impressionou a todos que acompanhavam o julgamento devido ao comportamento frio, que chegou a ser ressaltado. Ao júri, Ferreira disse que estrangulou Jaciara depois de uma luta corporal.

“Eu lembro que a gente estava no chão, eu dei uma gravata nela, dominei ela com o machado. Quando vim perceber ela estava imóvel, não se mexia mais”, relatou ele.

A tia da vítima contou que o julgamento era esperado pela família durante todo o tempo, mas que não havia ficar a alegre em um momento como esse.

“A mãe de Jaciara está transtornada, vive assustada e sofrendo com essa dor. A filhinha dela com ele, soube ontem que o pai matou a mãe, assistindo televisão. A menina ficou em pânico e correu gritando. O crime foi monstruoso, cruel demais, e com essa pena sinto Jaciara injustiçada”, disse Eliane Nicácio.

Das qualificadoras do crime, apenas o motivo fútil foi ignorado pelos jurados. O acusado vai retornar ao presídio estadual.

“A ousadia do réu reforça a visão do Ministério Público a respeito da sua estupidez e a crueldade com a qual Jaciara foi morta. Estivemos aqui, não somente defendendo Jaciara, mas todas as mulheres honradas de Coruripe e de Alagoas. Jaciara foi morta a primeira vez com o ‘mata leão’, a segunda com o esgorjamento [corte na parte da frente do pescoço] e hoje tentaram matá-la pela terceira vez, mas o Ministério Público não deixou que isso ocorresse e o conselho de sentença fez justiça”, falou o promotor Marques.

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