Acusados pela morte de Marielle Franco têm histórico de suspeitas
Os dois homens presos nesta terça-feira, 12, acusados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) têm um histórico de suspeitas de envolvimento com atividades criminosas.
O sargento reformado Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos que matou a vereadora e seu motorista Anderson Gomes, foi aposentado da Polícia Militar após ser alvo de um atentado a bomba que resultou na amputação de uma de suas pernas. O caso aconteceu em outubro de 2009 e estaria ligado a uma disputa pela segurança de um chefe do jogo-do-bicho.
Já Élcio Vieira de Queiroz, acusado de ser o condutor do carro usado no crime contra a vereadora, foi expulso da corporação. Ele chegou a ser preso preventivamente em 2011 na Operação Guilhotina, da Polícia Federal, que apurou o envolvimento de policiais militares com traficantes de drogas e com grupos milicianos.
Na época, Queiroz era lotado no Batalhão de Olaria (16º BPM). Sete anos depois, em 2017, a Justiça do RJ negou um pedido de Élcio e de outros policiais para que decisão de expulsá-los da PM fosse revista.
Lessa e Queiroz foram presos na madrugada desta terça-feira, 12. A denúncia formulada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MP-RJ classificou o crime como um “golpe ao Estado Democrático de Direito”. Eles foram denunciados pelos homicídios qualificados de Marielle e Anderson e tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, assessora da vereadora que sobreviveu.
O MP-RJ considera que o crime foi planejado de forma “meticulosa” nos três meses que antecederam as execuções. Além dos mandados de prisão, a chamada Operação Lume cumpre mandados de busca e apreensão em endereços dos dois acusados, para apreender documentos, telefones celulares, computadores, armas e acessórios. Ronnie Lessa é policial militar reformado e Elcio foi policial militar, tendo sido expulso da corporação.
Na denúncia apresentada à Justiça, o MP também pediu a suspensão da remuneração e do porte de arma de fogo de Lessa, a indenização por danos morais aos familiares das vítimas e a fixação de pensão em favor do filho menor de Anderson até completar 24 anos de idade.
As prisões ocorreram por volta das 4h e os policiais também cumprem 32 mandados de busca e apreensão. A ação foi batizada de Operação Lume, em referência a uma praça no centro do Rio de Janeiro, conhecida como Buraco do Lume, onde Marielle desenvolvia um projeto chamado Lume Feminista.
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