PF cumpre mandados na Casa da Indústria em AL, e outros estados contra corrupção no Ministério do Turismo e Sistema S
A Polícia Federal cumpre mandados em Alagoas e outros estados, nesta terça-feira (19), em uma operação nacional denominada Fantoche, que investiga um esquema de corrupção envolvendo um grupo de empresas sob o controle de uma mesma família que vem executando contratos por meio de convênios com o Ministério do Turismo e entidades do Sistema S. Estima-se que o grupo já tenha recebido mais de R$ 400 milhões.
Na ação, que tem a colaboração do Tribunal de Contas da União, são cumpridos 10 mandados de prisão e outros 40 de busca e apreensão em Alagoas, Distrito Federal, Pernambuco, Paraíba, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Segundo a PF, são investigadas a prática de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.
Em Maceió, a PF cumpriu mandados na Casa da Indústria, na Avenida Fernandes Lima. Em Maceió, são cumpridos 2 mandados de busca e apreensão e 1 de prisão temporária. Em Recife, houve movimentação da PF no Cais do Apolo. Havia também um carro da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Pernambuco (OAB-PE).
213 policiais federais e 08 auditores do TCU cumprem ao todo 40 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão temporária.
Modus operandi do grupo
Os crimes investigados são fraude a licitação, associação criminosa, lavagem de dinheiro, crime contra a administração pública e lavagem de ativos, supostamente praticados desde 2002.
De acordo com a PF, o modus operandi empregado era sempre similar e, em resumo, consistia na utilização de entidades sem fins lucrativos para justificar celebração de contratos e convênios diretos com o Ministério do Turismo e Unidades do Sistema S, contratos estes, em sua maioria, voltados à execução de eventos culturais e de publicidade superfaturados e/ou com inexecução parcial, sendo os recursos posteriormente desviados em favor do núcleo empresarial por intermédio de empresas de fachada.
O sistema S inclui entidades como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Serviço Social do Comércio (Sesc), o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac).
A 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco ainda autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores dos investigados.