Donata Meirelles pede demissão da Vogue Brasil após festa em Salvador

Donata Meirelles, diretora da revista Vogue Brasil, pediu demissão da publicação nesta quarta-feira (13). Em uma mensagem enviada para os amigos mais próximos, ela comunicou o afastamento, segundo a colunista Sônia Racy, do Estadão.

O HuffPost Brasil confirmou com jornalistas da Editora Globo Condé Nast que a decisão de Donata “não tem volta”. O clima é de tensão na redação, e um comunicado oficial sobre a saída da executiva deverá ser divulgado na quinta-feira (14).

Na segunda-feira (11), a cúpula da editora se reuniu a portas fechadas durante todo o dia para gerenciar a crise iniciada no fim de semana, que teve até repercussão internacional. A demissão de Donata ocorre após sua festa de 50 anos ser apontada com temática racista.

O jantar luxuoso no Palácio da Aclamação, em Salvador (BA), na última sexta-feira (8), foi criticado por trazer a atmosfera da época escravocrata e colonial do Brasil.

Em imagens que circularam nas redes sociais, mulheres negras eram vistas na entrada do local, ao lado de um trono, para fazer a recepção dos convidados da aniversariante. Críticos da festa afirmam que elas estão vestidas com roupas de mucamas.

Pedido de desculpas de Donata e Vogue

Ainda no sábado Donata fez uma postagem no Instagram afirmando que não se tratada de “festa temática” e que as roupas usadas “não eram de mucama, mas trajes de baiana de festa”. Ela pediu desculpas se “causou uma impressão diferente”.

Após a repercussão negativa do evento, a Vogue Brasil disse lamentar “profundamente o ocorrido” e afirma esperar que “o debate gerado sirva de aprendizado”.

Em nota postada no Instagram, na segunda-feira (11), a direção da revista anunciou a ampliação das vozes dentro da equipe e a criação de um fórum formado por ativistas e especialistas que, juntos à redação, ajudarão a escolher as pautas e imagens da revista no intuito de combater “as desigualdades históricas do País”. Esse fórum será instituído de forma permanente.

Associação das Baianas nega racismo

Para a Associação das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares da Bahia (Abam), houve má interpretação sobre a festa de Donata Meirelles.

Em entrevista ao jornal baiano A Tarde, a coordenadora da Abam, Angelimar Trindade, negou representação da escravidão e racismo no evento, cuja organização levou mais de 1 mês.

Ela confirmou que as cadeiras eram representações do candomblé. “Foram 4 cadeiras daquelas espalhadas pelo espaço da festa para as baianas sentarem. Durante a foto, nós que sugerimos que a Donata sentasse na cadeira, no centro de todas. Afinal, a aniversariante é o centro das atenções, né?”, disse Trindade ao jornal.

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