Corpo do jornalista Ricardo Boechat é velado no Museu da Imagem e do Som em SP

O corpo do jornalista Ricardo Boechat é velado, desde o final da noite desta segunda-feira (11), no Museu da Imagem e do Som (MIS), nos Jardins, em São Paulo. Boechat, de 66 anos, morreu no início da tarde desta segunda após o helicóptero em que estava cair na Rodovia Anhanguera.

O velório começou com uma cerimônia com familiares. Depois, no início da madrugada, foi aberto ao público e vai até as 14h desta terça (12). Foram ao MIS, entre outros, o governador de São Paulo, João Doria, e o presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicação, João Carlos Saad.

O corpo do jornalista será cremado nesta terça em uma cerimônia privada com a família. O local da cremação não foi divulgado.

Amigos e familiares chegam para o velório de Ricardo Boechat no MIS — Foto: TV Globo/ReproduçãoAmigos e familiares chegam para o velório de Ricardo Boechat no MIS — Foto: TV Globo/Reprodução

Amigos e familiares chegam para o velório de Ricardo Boechat no MIS — Foto: TV Globo/Reprodução

Acidente

helicóptero em que estava o jornalista caiu na Rodovia Anhanguera, em São Paulo, no início da tarde desta segunda-feira (11) e bateu na parte dianteira de um caminhão.

Além de Boechat, estava o piloto Ronaldo Quattrucci, que também morreu no local do acidente.

O piloto Ronaldo Quattrucci morreu no acidente que também matou o jornalista Ricardo Boechat — Foto: Reprodução/Redes sociaisO piloto Ronaldo Quattrucci morreu no acidente que também matou o jornalista Ricardo Boechat — Foto: Reprodução/Redes sociais

O piloto Ronaldo Quattrucci morreu no acidente que também matou o jornalista Ricardo Boechat — Foto: Reprodução/Redes sociais

Segundo o capitão Paiva, da Polícia Militar, a aeronave tentou pousar no acesso do Rodoanel com a Rodovia Anhanguera quando “um caminhão que havia acabado de passar pela praça de pedágio na faixa do sem parar não teve tempo hábil de frear e colidiu com a aeronave ainda pousando”.

Depois de apresentar jornal na Band News FM, na capital paulista, Boechat seguiu para um evento organizado para uma indústria farmacêutica, em um hotel em Campinas, no interior de São Paulo.

O helicóptero saiu de Campinas às 11h45, no interior do estado, onde Boechat participou pela manhã de um evento, e seguia em direção à sede do Grupo Bandeirantes, no Morumbi, Zona Sul.

A queda ocorreu na rodovia Anhanguera, próximo ao Rodoanel: a aeronave bateu na parte dianteira de um caminhão. Segundo testemunhas, o piloto tentava fazer um pouso de emergência.

“De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), a aeronave estava com o Certificado de Aeronavegabilidade válido, bem como a Inspeção Anual de Manutenção, ou seja, em situação regular”, diz nota da Anac.

Investigações

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que o helicóptero em que Boechat estava não podia fazer táxi aéreo, mas sim prestar serviços de reportagem aérea.

A agência abriu procedimento administrativo para apurar o tipo de transporte que estava sendo feito.

“A aeronave de matrícula PT-HPG, acidentada hoje, em São Paulo, era operada e pertencia à empresa RQ Serviços Aéreos Especializados LTDA. A empresa possui autorização da ANAC para prestar Serviços Aéreos Especializados (SAE), que incluem aerofotografia, aeroreportagem, aerofilmagem, entre outros do mesmo ramo. A aeronave acidentada também estava certificada na categoria SAE. Qualquer outra atividade remunerada fora das mencionadas não poderia ser prestada. Tendo em vista essas informações, a ANAC abriu procedimento administrativo para apurar o tipo de transporte que estava sendo realizado no momento do acidente”, diz a nota.

Investigadores do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Aeronáutica, também abriram investigação sobre a queda.

Ricardo Boechat, em foto de março de 2006 — Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo/ArquivoRicardo Boechat, em foto de março de 2006 — Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo/Arquivo

Ricardo Boechat, em foto de março de 2006 — Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo/Arquivo

Perfil

Filho de diplomata, Ricardo Eugênio Boechat nasceu em 13 de julho de 1952, em Buenos Aires. O pai estava a serviço do Ministério das Relações Exteriores na Argentina.

Boechat era recordista de vitórias no Prêmio Comunique-se – e o único a ganhar em três categorias diferentes (Âncora de Rádio, Colunista de Notícia e Âncora de TV).

Em pesquisa do site Jornalistas & Cia em 2014, que listou cem profissionais do setor, Boechat foi eleito o jornalista mais admirado. Ele lançou em 1998 o livro “Copacabana Palace – Um hotel e sua história” (DBA).

O jornalista deixa a mulher, Veruska, e seis filhos.

Veruska e Ricardo Boechat durante evento em São Paulo. Foto de novembro de 2011 — Foto: Paulo Giandalia/Estadão Conteúdo/ArquivoVeruska e Ricardo Boechat durante evento em São Paulo. Foto de novembro de 2011 — Foto: Paulo Giandalia/Estadão Conteúdo/Arquivo

Veruska e Ricardo Boechat durante evento em São Paulo. Foto de novembro de 2011 — Foto: Paulo Giandalia/Estadão Conteúdo/Arquivo

'Pior dia da minha vida', escreveu a esposa de Boechat, Veruska Seibel, no Instagram — Foto: Reprodução/Instagram'Pior dia da minha vida', escreveu a esposa de Boechat, Veruska Seibel, no Instagram — Foto: Reprodução/Instagram

‘Pior dia da minha vida’, escreveu a esposa de Boechat, Veruska Seibel, no Instagram — Foto: Reprodução/Instagram

Boechat era apresentador do Jornal da Band e da rádio BandNews FM e colunista da revista “IstoÉ”. Ele trabalhou nos jornais “O Globo”, “O Dia”, “O Estado de S. Paulo” e “Jornal do Brasil”.

Na década de 1990, Boechat teve uma coluna diária no “Bom Dia Brasil”, na TV Globo, e trabalhou no “Jornal da Globo”. Foi ainda diretor de jornalismo da Band e teve passagem pelo SBT. Ele ganhou três vezes o Prêmio Esso, um dos principais do jornalismo brasileiro.

G1

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