‘Disse que não matou’, afirma mãe de jovem suspeito da morte de taxista
A mãe de Guilherme Vieira Ferreira, 18, preso na madrugada desta sexta-feira (25)suspeito de envolvimento na morte do taxista Edísio Correia Santos, disse que o filho confessou que foi contratado para se livrar do veículo de Santos, mas que não matou o taxista. Outro jovem de 23 anos também foi preso suspeito do crime.
Janieide Ferreira disse que não tinha tinha dimensão da repercursão do caso e que não imaginava que era seu filho nas imagens das câmeras de segurança.
“Eu não tinha ligado os fatos. Depois que tudo isso veio à tona, eu fui pesquisar e junto com o pai dele chegamos à conclusão que é ele nas imagens. Ele estava sumido desde terça e ontem [quinta] nós perguntamos, pressionamos e ele confessou. Ele disse que era ele nas imagens, mas que não matou. Ele me disse: ‘mainha, você me conhece eu nunca matei. Não fui eu'”, desabafa a mãe de Guilherme.
“Ele disse que pagaram para ele deixar o carro em algum lugar. O veículo foi deixado bem perto da minha casa”, lamenta a mãe do suspeito.
Ela diz que o filho e o outro suspeito preso, identificado como Wanderson Felipe, 23, flagrado com o celular, relógio e anel da vítima, eram vizinhos e que o dono dos imóveis pediu para que eles deixassem o local por causa de denúncias de consumo de drogas.
“Nós estávamos correndo atrás de dinheiro para ele sair dessa casa. Na terça, ele me disse que conseguiu, que um colega devia dinheiro a ele e que pagou. Eu luto com meu filho desde os 14 anos contra drogas”, explica Janieide.
Sobre a prisão do filho, mesmo com a negativa do homicídio, a mãe de Guilherme Ferreira se diz aliviada.
“É um alívio a prisão dele. Espero que sirva de lição, que ele aprenda e saia dessa vida. O pai e o tio dele são taxistas e o meu pai era taxista, dói muito ver tudo isso. E peço que a família nos perdoe, porque eu criei com todo o amor e carinho, nunca faltou nada”, afirmou Janieide.
Ela disse ainda que o filho já tinha se envolvido em outro crime, na morte de um adolescente em uma clínica de reabilitação em Marechal Deodoro, em setembro de 2016.
Pertences da vítima estavam com Wanderson Filipe, 23 — Foto: Polícia Civil
Nesta manhã, a polícia prendeu dois suspeitos de envolvimento na morte do taxista. Eles foram levados para a Delegacia de Homicídios, localizada no bairro de Bebedouro, onde prestaram depoimento para o delegado Rodrigo Sarmento.
Na quinta (24), o irmão da vítima disse que o taxista foi morto com um tiro nas costas. O Instituto de Criminalística (IC) confirmou que o taxista tinha uma marca de tiro no dorso direito e escoriações.
O taxista Edísio Correia fazia ponto em frente ao Hospital Geral do Estado (HGE), no Trapiche da Barra, há aproximadamente dois anos. No dia do desaparecimento, o carro do Edísio estava na oficina e por isso, ele estava usando o carro do filho, que também é taxista.
Colegas de profissão disseram que ele pegou quatro passageiros na corrida antes de desaparecer.