Em Davos, Bolsonaro diz que quer compatibilizar preservação ambiental com avanço econômico
Em sua estreia em eventos internacionais, o presidente Jair Bolsonarodiscursou nesta terça-feira (22) na abertura da sessão plenária do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
No discurso de pouco mais de seis minutos, Bolsonaro afirmou que:
- o governo investirá “pesado” em segurança para que estrangeiros visitem mais o Brasil
- pretende “avançar” na compabilização de preservação ambiental e desenvolvimento econômico
- diminuirá a carga tributária para “facilitar a vida” de quem produz
- trabalhará pela estabilidade macroeconômica
- respeitará contratos
- promoverá privatizações
- fará o equilíbrio das contas públicas
- colocará o Brasil no ranking dos 50 melhores países para se fazer negócios
- fará a “defesa ativa” da reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC)
- defenderá a família e os “verdadeiros” direitos humanos
- protegerá o direito à vida e à propriedade privada
- promoverá uma educação voltada aos desafios da “quarta revolução industrial”
Bolsonaro foi o primeiro chefe de Estado da América Latina a discursar na abertura do fórum. Cerca de 250 autoridades do G20 (grupo que reúne as 20 principais economias do mundo) e de outros países compareceram ao evento, porém, a edição deste ano tem ausências importantes: os presidentes Donald Trump (EUA), Xi Jinping (China), Emmanuel Macron (França), Vladimir Putin (Rússia) e os primeiros-ministros Theresa May (Reino Unido) e Ram Nath Kovind (Índia).
O encontro deve contar com apenas três líderes do G7 (grupo formado pelos sete países mais industrializados do mundo): o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o premiê italiano, Giuseppe Conte.
Preservação e desenvolvimento – Diante das desconfianças internacionais em relação à política do governo para a preservação ambiental, o presidente disse na abertura do fórum que o Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente e afirmou que o governo quer compatibilizar preservação do meio ambiente e biodiversidade com avanço econômico.
Criticado por ambientalistas pelas mudanças que implementou na estrutura de preservação ambiental do governo, ele citou estatísticas para demonstrar aos líderes do planeta que o agronegócio não estaria avançando sobre áreas de preservação ambiental, como as florestas.
Segundo Bolsonaro, a agricultura ocupa somente 9% do território brasileiro, e a pecuária, menos de 20%. “Nossa missão é avançar na compatibilização da preservação do meio ambiente e biodiversidade com avanço econômico”, discursou.
“Hoje, 30% do Brasil são florestas. Então, nós damos, sim, exemplo para o mundo. O que pudermos aperfeiçoar, o faremos. Nós pretendemos estar sintonizados com o mundo na busca da diminuição de CO2 e na preservação do meio ambiente”, complementou o presidente depois do pronunciamento, ao responder perguntas dos organizadores.
Educação – O presidente destacou que pretende investir em educação e repetiu, mais uma vez, que deseja tirar o “viés ideológico” dos negócios realizados com outros países, “visando o comércio com aqueles que comungam com práticas semelhantes à nossa”.
Reforma na OMC – Bolsonaro defendeu uma reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC). “Buscaremos integrar o Brasil ao mundo também por meio de uma defesa ativa da reforma da OMC, com a finalidade de eliminar práticas desleais de comércio e garantir segurança jurídica das trocas comerciais internacionais”, disse no discurso.
Abertura da economia – Ele também afirmou que o governo vai promover uma abertura na economia do país. “O Brasil ainda é uma economia relativamente fechada ao comércio internacional, e mudar essa condição é um dos maiores compromissos deste governo.”
‘Crise ética’ e corrupção – O presidente afirmou à plateia do fórum que assumiu a Presidência da República com uma “profunda crise ética, moral e econômica”. Após dizer que não aceitou pressões políticas para montar seu ministério, o presidente apresentou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, como “homem certo” para o combate à corrupção e o combate à lavagem de dinheiro.
Segurança – “Vamos investir pesado na segurança para que vocês nos visitem com suas famílias, pois somos um dos primeiros países em belezas naturais, mas não estamos entre os 40 destinos turísticos mais visitados do mundo. Conheçam a nossa Amazônia, nossas praias, nossas cidades e nosso pantanal. O Brasil é um paraíso, mas ainda é pouco conhecido”, declarou.