Alagoas teve 336 casos de Aids registrados em 2018
Entre janeiro e novembro deste ano, 336 casos de Aids foram registrados em Alagoas, a maioria deles em pessoas heterossexuais. O dado, levantado por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), foi divulgado nesta quarta-feira (19) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
O resultado deste ano é menor que o de 2017, que no mesmo período registrou 399 notificações.
Com relação ao total dos casos de notificações relativos ao tipo de exposição em 2018, os números são os seguintes:
- 151 – heterossexuais;
- 57 – homossexuais;
- 13 – bissexuais;
- 5 – perinatal (de mãe para filho);
- 2 – usuários de drogas injetáveis (UDI)
- 108 – não informaram a orientação sexual
Os homens foram a maioria das notificações, com 231 casos, seguido pelas mulheres, com 105.
Ainda neste período de 11 meses, 775 casos de infecção pelo vírus HIV foram notificados no estado. Também neste caso, a maioria foi registrada em homens (498) e pessoas que se declararam heterossexuais (346).
Viver com o HIV é diferente de ter Aids. HIV é a sigla em inglês para vírus da imunodeficiência humana. Ele ataca principalmente células do sistema de defesa chamadas CD4 e nos torna mais vulneráveis a outros vírus, bactérias e ao câncer.
6.848 casos em 32 anos
O levantamento mostra ainda que, no período compreendido entre 1986 e novembro de 2018, Alagoas teve 6.848 casos diagnosticados de Aids. Destes, 4.538 eram homens e 2.310, mulheres. O grupo etário com a maior quantidade de diagnósticos é o compreendido entre os 30 e 39 anos de idade, com 2.405 casos.
Também nesse período de 32 anos, 2.217 mortes foram provocadas pela Aids no estado, principalmente entre pessoas com idades que vão dos 30 aos 39 anos (448 casos).
A Sesau informou também que de abril a novembro deste ano, 5.267 pessoas fizeram os testes rápidos para o diagnóstico da infecção pelo vírus HIV, por meio do Projeto Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Itinerante.
“Como os CTA funcionam exclusivamente para esse diagnóstico, tanto do HIV quanto da sífilis e hepatites B e C, ele acaba sendo uma porta de entrada para a população mais vulnerável, a exemplo dos HSH [homens que fazem sexo com homens], travestis, transexuais e profissionais do sexo”, explica Sandra Gomes, coordenadora do Programa de Combate às IST/Aids e Hepatites Virais da Sesau.
Ela também ressaltou que, na análise do resultado dos testes para detectar o HIV, é preciso levar em conta a janela imunológica, que pode dar um resultado não reagente, ainda que o vírus esteja presente no organismo.
A janela imunológica é o intervalo de tempo decorrido entre a infecção pelo vírus até a primeira detecção de anticorpos anti-HIV, produzidos pelo sistema de defesa do organismo. Na maioria dos casos, ela é de 30 dias, mas esse período pode variar, dependendo da reação do organismo.
“Se um teste para detecção de anticorpos anti-HIV é realizado durante o período da janela imunológica, há a possibilidade de gerar um resultado não reagente, mesmo que a pessoa esteja infectada. Dessa forma, recomenda-se que, nos casos de testes com resultados não reagentes, onde permaneça a suspeita de infecção pelo HIV, a testagem seja repetida após 30 dias, por meio da coleta de uma nova amostra. Nesse período, o vírus HIV já pode ser transmitido, mesmo nos casos em que o resultado do teste que detecta anticorpos anti-HIV for não reagente”, diz Sandra.