Xixi contamina piscina? Saiba se é possível pegar doenças na água
Nesta sexta-feira (21) começa oficialmente o verão e com ele vêm as altas temperaturas. Muitos procuram as piscinas para aliviar o calor e se refrescar. Porém, além de se divertir, é necessário redobrar a atenção com a saúde, já que ambientes quentes e úmidos favorecem a proliferação de vírus, fungos e bactérias, conforme afirma a dermatologista Betina Stefanello, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Já o engenheiro químico Nilson Maierá, autor do livro “Piscinas Litro a Litro” (EDITORA ANO) alerta para o risco de urnar na água. “O xixi tem várias substâncias orgânicas e a ureia é a de maior concentração, produzindo amônia, que reage com o cloro e origina cloraminas, substâncias responsáveis por inflamações nos olhos, além do cheiro altamente irritante e desagadável”, explica.
Além disso, uma pessoa que teve diarreia, por exemplo, deve ficar duas semanas sem entrar na piscina, pois ainda carrega germes em seu corpo. “Quando fezes líquidas são introduzida na piscina, ela deve ser imediatamente interditada e feito o tratamento”, destaca. Quem possui boa saúde também pode estar infectado sem saber. Nesse caso, os prejudicados são aqueles que estão com o sistema imunológico debilitado.
Dentre as doenças virais que podem ser contraídas em piscinas e afetar a pele, Betina destaca o molusco contagioso, uma infecção que provoca o aparecimento de bolinhas brancas e ‘duras’ com umbilicação central – uma depressão que tem formato de umbigo. Elas se espalham rapidamente e geram coceiras.
A transmissão ocorre pelo contato direto com pessoas ou com a água contaminada. O tratamento é feito por meio da curetagem, procedimento que remove as lesões da pele raspando o tecido cutâneo com um instrumento chamado cureta.
Entre as enfermidades causadas por fungos, conhecidas como micoses, está a candidíase. Essa infecção acomete com mais frequência as mulheres, afetando a vagina. Seus principais sintomas são corrimento e coceira na região. Outra micose comum é o pano branco, que causa manchas na pele – podem ser brancas, vermelhas ou castanhas – e, por esse motivo, também é chamada de ‘pitiríase versicolor’.
Betina ressalta que a pele já possui fungos e bactérias, naturalmente, que não causam problemas à saúde. As doenças surgem, segundo ela, quando ocorre a desregulação desses microrganismos. “Baixa imunidade, ficar muito tempo no sol, exposto à umidade e ao calor são fatores de risco”, explica a dermatologista. A prevenção se dá por algumas medidas simples. “Não ficar muito tempo com roupas molhadas e se secar direito ajuda bastante”, completa.
Não emprestar toalhas para outros banhistas e calçar chinelos são atitudes que também auxiliam na prevenção. Locais próximos às piscinas, como vestiários e corredores, onde as pessoas costumam andar descalças, também oferecem riscos de contaminação. “O ideal seria que cada um tomasse banho para retirar resíduos de fezes antes de entrar na piscina, mas isso não acontece, ou então, passar por uma chuveirada, já estaria bom”, aconselha Maierá.
Em relação à água, existem alguns sinais que indicam se ela está adequada para um mergulho. Quanto mais turva, pior para o banho. Algumas sujeiras e até mesmo folhas, acabam afundando, então, é necessário observar atentamente.
O engenheiro explica que frequentar piscinas públicas são as que mais expõem o banhista a riscos, pois o fluxo de pessoas é maior. “Mas, também não devemos esquecer que a qualidade do tratamento da água tem influência muito grande nas aquisição de doenças”, pondera. Ele também as enfermidades contraídas em piscinas geralmente não são graves e podem ser facilmente curadas, embora a precaução seja importante.
R7